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Bissau: Jovens pedem oportunidades para mudar futuro do país

Iancuba Dansó (Bissau)
9 de março de 2024

A Guiné-Bissau debate o papel da juventude na mudança do rumo do país, que está confrontado com uma crise política profunda. Líderes juvenis guineenses apelam ao apoio das autoridades locais.

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Protesto da juventude em Bissau em 2022
Protesto da juventude em Bissau em 2022Foto: Iancuba Dansó/DW

Estima-se que 60% dos dois milhões de guineenses sejam jovens. Mas esta camada social enfrenta diversas dificuldades, desde o acesso à formação, ao emprego e à falta de oportunidades para desenvolver as suas iniciativas.

"A juventude guineense não se sente segura no país e nós temos vários indícios que confirmam isso", comentou Rosália Djedjo, vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ).

"Estamos a falar de um país que, anualmente, conta uma saída para a emigração de mais de mil jovens e estamos a falar de jovens com formação académica", acrescentou. "Isto representa a insegurança da juventude para continuar a viver o seu país", frisou.

Numa altura em que o país vive uma crise política, com a fragmentação de algumas das principais forças políticas e disfunções em várias instituições do Estado, lança-se o debate sobre o papel que os jovens guineenses podem desempenhar para consolidar a paz e a coesão nacional. 

Poder dos jovens

O presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), Abulai Djaura, acredita que os jovens guineenses têm muito a dar à Guiné-Bissau, mas afirma que é preciso que adotem uma postura à altura dos desafios.

"Temos de ter uma juventude à altura de interpretar a sua atuação e orientar-se num bom ambiente para que, efetivamente, se torne numa juventude promotora de paz e da coesão nacional. [Os jovens] têm de evitar comportamentos desviantes, evitar a instigação da violência, sobretudo nas redes sociais, a que muitas vezes assistimos neste país", referiu.

Segundo Abulai Djaura, só o esforço da juventude não chega. "É preciso que as nossas autoridades competentes e os parceiros de apoio ao desenvolvimento do país trabalhem de mãos dadas para promover ações que possam apoiar as pequenas iniciativas da juventude, promover a qualidade do ensino e um ambiente de crescimento económico que possa atrair o investimento do setor privado, para que haja emprego", sugeriu.

Ussumane Sadjo, presidente do Instituto da Juventude, instituição estatal que trabalha no desenvolvimento das políticas a favor dos jovens, disse à DW África que há vários projetos em curso com objetivos bem definidos.

"Contribuir na participação política de jovens e na participação no processo de desenvolvimento económico e social, a nível desportivo e cultural. Essas dimensões podem ajudar os jovens para desenvolverem as suas aptidões em diferentes setores”, asseverou.

"Estamos ainda a preparar a feira da oportunidade juvenil, em que diferentes empreendedores vão apresentar um cartão de orientação técnico e profissional, para que os jovens possam obter os produtos que eles oferecem", concluiu.

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