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Jovens guineenses apelam ao apoio das autoridades

Iancuba Dansó (Bissau)
8 de março de 2024

Na Guiné-Bissau, debate-se o papel da juventude para ajudar a mudar o rumo do país em crise e impulsionar o desenvolvimento. Apela-se à postura positiva dos jovens e ao apoio de autoridades e parceiros.

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Líderes juvenis guineenses apelam ao apoio das autoridades
Imagem ilustrativaFoto: B. Darame

Estima-se que 60% dos dois milhões de guineenses sejam jovens. Mas esta camada social enfrenta diversas dificuldades, desde o acesso à formação e ao emprego, à falta de oportunidades para desenvolver as suas iniciativas e não só.

"A juventude guineense não se sente segura no país e nós temos vários indícios que confirmam isso," aponta a vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Rosália Djedjo.

"Estamos a falar de um país que, anualmente, conta uma saída para a emigração de mais de mil jovens e estamos a falar de jovens com formação académica. Isto representa a insegurança da juventude para continuar a viver no seu país," explica.

Promover a paz e coesão

Numa altura em que o país vive uma crise política, com a fragmentação de algumas das principais forças políticas e disfunções em várias instituições do Estado, lança-se o debate sobre o papel que os jovens guineenses podem desempenhar para consolidar a paz e da coesão nacional. 

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O presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), Abulai Djaura, acredita que os jovens guineenses têm muito a dar à Guiné-Bissau, mas afirma que é preciso que adotem uma postura à altura dos desafios: 

"Temos de ter uma juventude à altura de interpretar a sua atuação e orientar-se num bom ambiente para que, efetivamente, se torne numa juventude promotora de paz e da coesão nacional. [Os jovens] têm de evitar comportamentos desviantes, evitar a instigação da violência, sobretudo nas redes sociais, a que muitas vezes assistimos neste país".

Apoiar a juventude

Mas, segundo Abulai Djaura, só o esforço da juventude não chega.

"É preciso que as nossas autoridades competentes, os parceiros de apoio ao desenvolvimento do país trabalhem de mãos dadas para promover ações que possam apoiar as pequenas iniciativas da juventude, promover a qualidade do ensino e um ambiente de crescimento económico que possa atrair o investimento do setor privado, para que haja emprego," enumera.

Ussumane Sadjo, presidente do Instituto da Juventude, instituição estatal que trabalha no desenvolvimento das políticas a favor dos jovens, disse à DW África que há vários projetos para "contribuir na participação política de jovens e na participação no processo de desenvolvimento económico e social, a nível desportivo e cultural".

"Essas dimensões podem ajudar os jovens para desenvolverem as suas aptidões em diferentes setores. Estamos ainda a preparar a feira da oportunidade juvenil, em que diferentes empreendedores vão apresentar um cartão de orientação técnico e profissional, para que os jovens possam obter os produtos que eles oferecem," conclui.

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