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Início da Copa é destaque na imprensa europeia

Marcio Damasceno12 de junho de 2014

Assunto de capa dos principais jornais do continente, Mundial é retratado no seu dia de abertura tanto pelo lado alegre como pelas insatisfações e problemas que o cercam.

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Foto: picture alliance / AA

A Copa do Mundo é assunto de capa dos principais sites e jornais europeus nesta quinta-feira (12/06). Mas a maior parte das publicações não mostra só o lado alegre da festa do futebol como também retrata as insatisfações e problemas que ofuscam a abertura do evento.

O diário alemão Frankfurter Rundschau afirma, em artigo que toma toda a página de rosto de sua versão impressa, que a "Copa do Mundo atiça a ira do povo contra uma política errada e contra os atos da Fifa".

O texto avalia que a partida inaugural será diferente das outras edições do torneio, afirmando que tanto a presidente Dilma Rousseff como o chefe da Fifa, Joseph Blatter, devem "ainda ter em seus ouvidos a vaia que receberam na abertura da Copa das Confederações".

O jornal qualifica esta Copa de "um desastre de relações públicas", que provoca raiva na população, devido aos "imensos custos" e aos "muitos projetos não realizados".

O também alemão Die Welt traz uma reportagem de página inteira em que afirma que o torneio "divide o Brasil", porque enquanto uns "torcem pelo sexto título da seleção, outros estão frustrados devido aos altos custos do evento e à corrupção". O texto afirma que, principalmente nas grandes cidades do país, há um "clima de distanciamento crítico" em relação ao Mundial.

"Obras inacabadas, promessas não cumpridas"

O espanhol El País chega a conclusão parecida, constatando, logo no título de seu artigo, que "o Mundial começa com obras inacabadas e promessas não cumpridas". O evento, ressalta o jornal, tem início "sem que os planos para acesso aos estádios tenham se tornado realidade e com aeroportos mergulhados em caos".

O El País aponta que "o panorama é parecido na maioria das 12 cidades-sede: obras semiprontas, aeroportos reformados pela metade, metade dos estádios sem cobertura wi-fi, escombros e canteiros de construção nos acessos aos estádios".

Já o Le Monde lembra os protestos que acompanharam a Copa das Confederações e que ameaçam se repetir durante o Mundial Copa para afirmar no editorial O Mundial num país desencantado que, até agora, o evento foi sobretudo uma oportunidade "de se colocar os holofotes sobre um país desiludido e inquieto, mal-humorado e desejoso de um futuro melhor".

O jornal português Público dedicou textos mais otimistas para a Copa, afirmando que o Mundial se inicia num Brasil "carismático", que está "melhor e mais maduro". Segundo o periódico, o país hoje "usufrui dos efeitos das reformas democráticas e de um longo processo de desenvolvimento e modernização com uma nova avidez: um lugar onde uma nova classe média ascendente, que 'passou a exigir tudo melhor e mais rápido', reclama na rua a sua insatisfação e exige respeito".