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MigraçãoMoçambique

Auxílio à imigração ilegal preocupa autoridades em Tete

Jovenaldo Ngovene (Tete)
14 de dezembro de 2022

Maioria dos cidadãos detidos acusados de auxílio à imigração ilegal são moçambicanos. Entre os detidos estão funcionários públicos, incluindo efetivos da polícia. Só este ano, foram detidas 65 pessoas em Tete.

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Foto: Amós Zacarias/DW

Moçambique faz fronteira com três países do Interland, nomeadamente, Zâmbia, Zimbabué e Malawi, facto que tem facilitado e elevado o fluxo migratório. Muitos cidadãos usam vias ilegais para chegarem a território moçambicanoe contam, por vezes, com a ajuda de cidadãos nacionais.

Segundo dados avançados pela Direção Provincial de Migração em Tete, 65 cidadãos foram detidos desde janeiro, acusados de facilitar a entrada de cidadãos ilegais no país. Dos detidos, 46 são moçambicanos, 18 provêm do Malawi e um da Somália.

Em entrevista à DW, Amélia Direito, porta-voz da Direção Provincial de Migração, diz que o setor está empenhado em combater quer o crime da imigração ilegal, quer o da facilitação a esta prática - que conta, muitas vezes, com o envolvimento de efetivos da polícia nacional.

"Não nos dignifica, como membros da mesma corporação, cometer esta prática ilegal", afirma Amélia Direito, que apela "a estes cidadãos para que se distanciem taxativamente desta prática".

"É uma ação repudiável porque nós estamos a trabalhar para desencorajar a entrada de imigrantes ilegais", conclui.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete diz estar ciente de que esta prática pode constituir um atentado à segurança do país, numa altura em que, no norte, se combate a insurgência terrorista.

Envolvimento de efetivos da PRM

Só neste semestre foram detidos três membros da PRM acusados do crime de facilitação à imigração ilegal. A possibilidade de haver outros não é descartada e, por isso, a promessa é intensificar a vigilância.

O diretor da Ordem e Tranquilidade Pública da PRM em Tete, Fortunato Maque, diz que "um membro da PRM não pode participar na facilitação de imigrantes ilegais". Se o fizer, continua, "incorrerá num processo-crime e disciplinar, porque o membro da PRM é capacitado para conceber com muita responsabilidade a garantia da ordem e segurança".

De visita à província de Tete, a Ministra do Interior, Arsénia Massingue, disse, recentemente, ter constatado com muita tristeza o envolvimento dos membros da sua corporação nestes atos.

"Visitámos a nossa fronteira e não estamos felizes com a situação, principalmente quando tomamos conhecimento de que, entre os envolvidos, há funcionários públicos, nossos colegas, aqueles que disseram que juram, pela sua honra, servir o Estado e a Pátria moçambicana. Já viraram as costas e estão a servir o crime organizado".

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