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Imigrantes ilegais em Tete enfrentam condições deploráveis

Jovenaldo Ngovene (Tete)
5 de agosto de 2022

A província de Tete, centro de Moçambique, tem sido um ponto de entrada de vários cidadãos estrangeiros, na sua maioria ilegais que têm como principal destino a África do Sul. Muitos passam fome e também falta higiene.

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Foto: Amós Zacarias/DW

Entre os estrangeiros que todos os dias chegam a Moçambique há muitos cidadãos do Malawi, que abandonam o país de origem devido à crise económica e à pobreza extrema.

Alguns chegam a passar quatro a cinco dias em solo moçambicano em condições deploráveis, porque não lhes são disponibilizadas condições mínimas para responder às necessidades básicas.

Ficam vários dias sem comer, não tomam banho e dormem em lugares nada condignos.

Faltam verbas às autoridades

Diamantino Gumissane, da Direção Provincial de Migração em Tete, explica que o Estado tem tido imensas dificuldades até para o repatriamento destes cidadãos.

"Os custos são altos, tendo em conta que não existe uma verba ou uma rubrica para ações de repatriamento de estrangeiro ao nível da Direção Provincial de Migração, é uma ginástica que é penosa", diz.

Autoridades migratórias repatriaram recentemente perto de 40 imigrantes ilegais
Autoridades migratórias repatriaram recentemente perto de 40 imigrantes ilegais Foto: Amós Zacarias/DW

A título de exemplo, só na semana passada as autoridades migratórias da província de Tete repatriaram perto de 40 imigrantes ilegais oriundos do Malawi, sem a devida documentação que lhes permitisse entrar no país.

"As autoridades moçambicanas devem começar a olhar para a fiscalização fronteiriça de uma maneira um pouco mais arrojada", defende o ativista social António Zacarias, que aponta ao dedo à corrupção por parte de alguns fiscalizadores, que permitem a entrada ilegal destes estrangeiros, prejudicando quer o Estado, quer os próprios imigrantes.

"Temos de deixar de mandar para os pontos fronteiriços o agente que no final do dia consegue arranjar dinheiro para dar de volta ao chefe que o enviou para lá", defende ainda o ativista.

Condições "péssimas"

A DW ouviu alguns imigrantes do Malawi prestes a regressar aos pontos de origem. E todos se queixam do mesmo: "As condições aqui são péssimas, não comemos e nem tomamos banho."

"Venho do Malawi, só que lá não há dinheiro e a nossa moeda depreciou-se muito, não há nada para comer", lamenta outro imigrante.

Por mês, a província de Tete chega a repatriar perto de 500 ou mais imigrantes ilegais que passam pela mesma situação.

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