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Governo cabo-verdiano intensifica luta contra criminalidade

19 de setembro de 2012

O governo cabo-verdiano declarou guerra a atos de criminalidade já que nos últimos tempos os cidadãos nacionais e os turistas têm sido aterrorizados um pouco por todo o país, sobretudo na capital, Cidade da Praia.

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Foto: Nélio dos Santos

O executivo da Cidade da Praia garante que os criminosos não vão ganhar a batalha da pequena criminalidade. A garantia do Governo vem na sequência do aumento da pequena criminalidade.

Casos reais

“Um dos assaltantes apontou-me a pistola e os outros dois saíram de trás dos carros que estavam parados no meu condomínio atiraram-se a mim, levaram a minha carteira com cerca de 90 euros e o meu telemóvel”, conta um homem.

“Ía entrar em casa quando fui abordada por um sujeito com a cara descoberta. Ele abraçou-me e quem estivesse a passar pensaria que se tratava de um casal de namorados. Ele colocou uma faca no meu pescoço e disse-me ‘se gritares vais morrer’ e ao mesmo tempo foi dizendo ‘dá tudo o que tens’. Tinha apenas o telemóvel que entreguei. Perguntou se não tinha ouro nem dinheiro, e disse-lhe que não.”

Estes dois depoimentos são duas das inúmeras histórias de assaltos e roubos à mão armada que têm acontecido um pouco por todo o país particularmente na Cidade da Praia. Crianças, jovens ou adultos, homens ou mulheres.

Todos são possíveis alvo

Na semana passada, até mesmo a casa do Procurador-Geral da República, Júlio Martins, foi visitada por um marginal em plena luz do dia num dos bairros mais nobres da capital.

Treffen von Polizisten in Kap Verden
Elementos da Polícia Nacional na Cidade da PraiaFoto: Nélio dos Santos

O individuo só não conseguiu roubar nada devido à pronta reação da esposa do magistrado, que conseguiu neutralizar o assaltante com uma arma, relatou Júlio Martins à Rádio Nacional de Cabo Verde. “A minha mulher estava sozinha em casa quando sentiu a pessoa. A primeira reação foi apoderar-se da arma que temos em casa”. E o assaltante acabou por ser detido.

O Procurador-Geral da República, Júlio Martins, reconhece que a pequena criminalidade aumentou.“Registamos um aumento da criminalidade a nível nacional e a nível de cada uma das comarcas em particular.”, declara.

Medidas de combate à criminalidade

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, mostrou-se preocupado com os níveis da violência em Cabo Verde e pediu medidas concretas.

Treffen von Polizisten in Kap Verden
A Polícia Nacional em articulação com outras forças, lançou uma vasta campanha de combate à criminalidadeFoto: Nélio dos Santos

O primeiro-ministro, José Maria Neves, anunciou que medidas estão a ser tomadas. “(...) há o reforço do policiamento, há uma maior articulação entre a Polícia Nacional, a Polícia Judiciária e a Polícia Militar no patrulhamento das ruas. Estamos a trabalhar rapidamente para desenvolver normas que permitam a vídeovigilância nas nossas cidades e precisamos revisitar alguma legislação que possa pôr mão mais dura em relação a vários atos que têm acontecido.”

Já a ministra da Administração Interna, Marisa Morais, garante que até ao final do ano, a situação vai estar controlada. “Estamos optimistas relativamente a esta matéria, o desafio é até dezembro termos a situação da criminalidade controlada”, afirma.

Nos últimos dias, a Polícia Nacional em articulação com outras forças, lançou uma vasta campanha de combate aos criminosos que têm tirado a paz social destas ilhas.

Aumento da criminalidade pode afetar o turismo

O sociólogo Jacinto Estrela lembra que esses níveis de insegurança estão a afectar o sector turístico cabo-verdiano. De momento o sociólogo está a fazer um estudo sobre o turismo e afirma que “não há uma única pessoa que coloque níveis de segurança sequer em bom, todas as pessoas inquiridas apontam de muito mau a mau.”

Kap Verde Tourismus
Praia do Tarrafal na Ilha de SantiagoFoto: DW/Renate Krieger

Segundo um inquérito da empresa Afrosondagem, a insegurança é o segundo maior problema com que Cabo Verde se confronta depois da pobreza e do desemprego.

De acordo com os dados desse estudo, cerca de 40 por cento dos cabo-verdianos sentem-se, de certa forma, inseguros ao caminhar nos seus próprios bairros. Desses, 10 por cento dizem sentir-se sempre inseguros.

Autor: Nélio dos Santos (Cidade da Paria)
Edição: Carla Fernandes / António Rocha

19.09.12 Cabo Verde - insegurança pública - MP3-Mono