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Um "ponto de partida" para os negócios alemães-angolanos

António Cascais (Luanda)5 de junho de 2013

Terminou esta quarta-feira (5.06), em Luanda, o V Fórum Económico Alemão-Angolano, com uma cerimónia de encerramento presidida pelo Embaixador da Alemanha em Angola, Jörg-Werner Marquardt.

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Um "ponto de partida" para os negócios alemães-angolanos
Um "ponto de partida" para os negócios alemães-angolanosFoto: DW/A. Cascais

"Estimados participantes do V Fórum Económico Alemão-Angolano: tivemos dois dias emocionantes, cheios de sugestões para o reforço das relações económicas alemãs-angolanas. Essas relações são também, no seu todo, uma expressão da intensificação das já excelentes relações bi-laterais entre os dois países".

Foi com estas palavras que o Embaixador alemão encerrou o Fórum Económico Alemão-Angolano, num ambiente descontraído, na presença de 50 representantes de grandes, médias e pequenas empresas alemãs e de uma boa centena de representantes angolanos, entre eles representantes de associações empresariais, empresas públicas, secretários de Estado e ministros.

Christoph Kannengießer, Diretor Geral da Afrika-Verein, faz um balanço positivo do fórum. Os contatos pessoais que os empresários puderam fazer ao longo dos dois dias da conferência podem constituir um ponto de partida para mais e melhores negócios, entre dois países muito diferentes, mas que se complementam.

Passar das palavras às ações

"Os alemães sabem fazer bem, os angolanos querem correr", considera José Severino, presidente da AIA
"Os alemães sabem fazer bem, os angolanos querem correr", considera José Severino, presidente da AIAFoto: DW/A. Cascais

Um dos participantes angolanos, neste dia de encerramento, foi o ministro da Saúde, José Van Dunem, que proferiu um discurso perante os empresários angolanos e alemães: "Na comunicação que fiz, manifestei a esperança de que passemos rapidamente das palavras às ações", afirma. Van Dunem espera "que este fórum não seja o arrolar de uma série de boas intenções, mas que se consubstancie em actos que traduzam a vontade dos nossos dois países de se ajudarem mutuamente".

Sobre as lacunas na área da saúde, em Angola, José Van Dunem admitiu que elas existem, tal como noutros setores e também em todo o mundo."Nós partimos de uma base mais difícil", explica, especificando: "30 anos de guerra, 70% da rede sanitária destruída, uma herança de analfabetismo muito grande, de modo que atingir os padrões de normalidade significa que há muito para fazer".

José Severino, Presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), também conversou com a DW. Em tom de balanço falou sobre esta iniciativa organizada em conjunto pelo Afrika-Verein (Associação Empresarial Alemã-Africana) e a Delegação da Economia Alemã em Angola.

Helmut Gauff (na foto) é um dos empresários alemães com interesses em Angola
Helmut Gauff (na foto) é um dos empresários alemães com interesses em AngolaFoto: DW/A. Cascais

Angola pode ser ponto de partida para empresários alemães

"Os alemães sabem fazer bem, os angolanos querem correr", afirma José Severino, acrescentando que "há, de facto, um binómio que pode interagir no sentido de termos um projeto de sucesso. Temos a região toda, não só o mercado angolano".

De acordo com o Presidente da Associação Industrial de Angola, "o país, pela sua localização geográfica, pelos investimentos que está a fazer nas infra-estruturas, nas relações com os países vizinhos, pode ser uma base para a Alemanha se enraizar e daqui partir para novas ações, para um mercado que tem 250 milhões de consumidores e recursos minerais e, portanto, pode fazer investimento no setor produtivo e infra-estruturas"."A Alemanha pode dar uma grande contribuição", conclui.

José Severino fez questão de lembrar que a economia de Angola é hoje uma das mais dinâmicas do continente africano. Segundo ele, o objetivo é atingir níveis de crescimento comparáveis aos verificados nos anos 70, antes da independência. Na altura – lembra Severino – o grau de desenvolvimento de Angola era relativamente alto e contava com o contributo das empresas alemãs.

Ricardo Gerigk, da delegação da Economia Alemã em Angola, também discursou no último dia do Fórum
Ricardo Gerigk, da delegação da Economia Alemã em Angola, também discursou no último dia do FórumFoto: DW/A. Cascais

"Os alemães conhecem Angola, de outra época, numa época em que Angola crescia 25%. Nesse aspeto, tinha também a cooperação do know-how e do capital alemão", recorda o presidente da AIA.

Uma viagem pelo país da diversidade

Recorde-se que, depois do encerramento oficial do Fórum Económico, própriamente dito, os empresários alemães teräo oportunidade de conhecer duas províncias de Angola: Benguela e Huíla. O objetivo dos organoizadores é mostrar que Angola é muito mais do que Luanda – onde se concentra a maior parte das empresas, assim como (estimadamente) um terço da população total do país. José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola, diz que essa viagem, organizada pelo goveno de Angola, mostrará um pouco da diversidade desconhecida deste país geograficamente 4 vezes maior que a Alemanha.

"Tanto a diversidade que se pontua não só no mar rico, numa terra que tem os segundos recursos hídricos e os terceiros recursos de terras de África, um clima diversificado, pode fazer desde café a uva, no Sul. Tem um clima mediterrânico, tem um clima temperado-húmido, temperado-seco, clima equatorial...Enfim, são as possibilidades que temos, mas, para isso, precisamos de parcerias".

Um "ponto de partida" para os negócios alemães-angolanos