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Tudo a postos para as eleições gerais em Moçambique

António Cascais (Maputo)14 de outubro de 2014

O dia das eleições moçambicanas aproxima-se a passos largos. As urnas abrem esta quarta-feira (15.10), às 7h00 e encerram às 18h00. No último dia de reflexão, os órgãos eleitorais e de observação pronunciaram-se.

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Eleições autárquicas de 2013 em Pemba, norte de MoçambiqueFoto: DW/E. Silvestre

Na véspera das eleições, o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Abdul Carimo, começou por fazer uma contextualização: "caros compatriotas, decorrem amanhã as quintas eleições gerais e as segundas eleições das assembleias provinciais, que vão eleger o Presidente da República e os deputados da Assembleia da República, bem como os membros da assembleias provinciais."

O presidente do órgão eleitoral recordou que "estas eleições democráticas genuínas são a expressão de soberania que pertence ao povo moçambicano e a livre expressão da sua vontade."

Dando um voto de confiança, mas também chamando a responsabilidade, Carimo dirigiu-se aos membros das mesas das assembleias de voto em todo o país, afirmando que o seu desempenho, que se espera "que seja exemplar", "vai abrilhantar esse dia e servirá para mostrar que o país está a dar passos largos na consolidação da democracia".

O presidente da CNE fechou o seu discurso dirigindo-se aos cidadãos em geral, apelando à participação neste ato eleitoral: "caros compatriotas, vamos todos votar amanhã, escolhendo os que melhor servirão a nossa pátria amada nos próximos cinco anos. Ninguém deve ficar em casa, o teu voto conta. Amanhã é dia de votação, vamos todos votar por eleições livres, justas e transparentes. Muito obrigada."

Observação da CPLP e amizade com Moçambique

As palavras de incentivo soaram também nos quartéis-generais das mais importantes missões internacionais de observação eleitoral. No Hotel Rovuma está instalada a missão da União Europeia, chefiada pela eurodeputada holandesa Judith Sargentini. A missão da Commonwealth é liderada pelo antigo primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Ingraham.

O peso pesado entre os mais de 1700 observadores estrangeiros de todo o mundo, é – no entanto – e sem dúvida – o antigo presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, que chefia uma pequena mas muito ativa missão de observação: a missão da CPLP, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Mosambik - Wahlkommission Abdul Carimo
Abdul Carimo, presidente da CNEFoto: DW/A. Cascais

Também Pedro Pires aceitou falar para a DW África. "Aceitei vir chefiar esta missão precisamente por ser Moçambique, senão não aceitaria, preferia ter outra atividade ou ficar a trabalhar em casa", revelou.

O ex-Presidente de Cabo Verde acrescenta que a sua presença e dos restantes membros da sua delegação "é de amizade, solidariedade e fraternidade". "Esperamos que tudo corra bem, que Moçambique fique mais forte e as suas sociedades mais edificadas, com as suas instituições políticas e governativas", conclui.

Pedro Pires chegou na noite de sexta-feira (10.09) à capital mocambicana para liderar a missão da CPLP, constituida por 22 observadores, e já se desdobrou em contatos ao mais alto nível, feito que o distingue pela positiva dos outros chefes de missões observadoras.

Missão da CPLP minimiza queixas de irregularidades

Mosambik - Wahlbeobachter Pedro Pires
Pedro Pires, chefe da missão de observadores da CPLPFoto: DW/A. Cascais

Também a personalidade de Pedro Pires e a sua reputação contribuíram para que esses contatos se tivessem tornado possíveis.

E o ex-Presidente revela: "nesta nossa estadia tivemos a oportunidade de falar com os três candidatos à presidência, Afonso Dhlakama, Filipe Nyusi e Daviz Simango. Com todos eles falámos, escutámos com muita atenção as suas opiniões".

Perguntámos ao chefe dos observadores da CPLP se - nas conversas que teve sobretudo com os candidatos da oposição mocambicana - já ouviu queixas ou reparos negativos sobre o decorrer do processo eleitoral. "É natural que haja reparos sobre alguns detalhes, atitudes de autoridade, da Polícia", adiantou Pedro Pires, frisando, no entanto, que a sua delegação concluiu que "na verdade, existem condições suficientes para que estas eleições decorram nas melhores condições".

Os observadores da CPLP, sendo apenas 22 num país de enorme extensão como Moçambique, vão concentrar-se sobretudo no maiores círculos eleitorais, ou seja, nas províncias de Nampula, Zambézia e Maputo. A CPLP espera que as eleições sejam bem sucedidas.

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