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Tropas moçambicanas bloqueiam acesso a sede da RENAMO em Maríngué

Arcénio Sebastião (Sofala)12 de setembro de 2014

RENAMO acusa o exército de bloquear o acesso à sede da sua delegação distrital em Maríngué, província de Sofala. O partido da oposição diz que quer planear aí a campanha, a polícia desconfia de treinos militares.

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Mercado em Maríngué (2010)Foto: Gerald Henzinger

A situação é denunciada por António Campira, delegado distrital da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) em Maríngué. Segundo Campira, as tropas governamentais, que instalaram a sua base militar nas imediações do edifício da delegação distrital do maior partido de oposição moçambicana, proíbem a aproximação de membros da RENAMO por alegadamente estarem a programar ações que podem pôr em causa a ordem e tranquilidade públicas na região.

"Por que estão a proibir a RENAMO de se aproximar e ficar na sua sede? Essa é a nossa casa, é propriedade do partido", diz Campira.

Em Maríngué, província central de Sofala, situava-se a maior base militar do braço armado da RENAMO durante a guerra dos 16 anos. O edifício da RENAMO, atualmente arruinado, foi abandonado durante o recente período de tensão político-militar no país.

Segundo António Campira, o caso foi reportado há cerca de duas semanas ao comando distrital da Polícia da República de Moçambique. Porém, até agora, a RENAMO continua à espera de uma resposta e o partido é obrigado a planificar as ações de campanha num sítio "não apropriado".

Mosambik RENAMO Rebellen 2012
Combatentes da RENAMO durante treino em 2012Foto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

"Abandonámos o edifício no dia 28 de outubro de 2013 devido aos conflitos. Como somos políticos, afastámo-nos", conta o delegado distrital da RENAMO.

"Depois de se chegar a um consenso no diálogo entre o Governo e a RENAMO e com a promulgação da Lei de Amnistia, a província deu-nos ordem para ir para a nossa sede, fazer limpeza, começar a trabalhar." Mas, segundo Campira, até agora isso ainda não foi possível.

Em entrevista à DW África, Arune Juma, comandante da Polícia da República de Moçambique no distrito de Maríngué, diz ter recebido a queixa RENAMO. Porém, no seu entender, o partido não pretende só fazer reuniões, mas também treinos militares.

Destruição de material de campanha?

Por outro lado, a RENAMO em Maríngué acusa a FRELIMO, o partido no poder em Moçambique, de perturbar o decurso normal da sua campanha eleitoral, tendo destruído material de campanha.

Por seu turno, André Chidacua, primeiro secretário distrital da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), refuta as acusações da RENAMO e diz que o seu partido se tem pautado pelo civismo desde o início da campanha eleitoral.

"Essa acusação é uma mentira", diz. "Desde que a campanha começou no dia 31 de agosto os nossos membros pautam-se pelo bom ambiente, sem provocações."

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Elias Lampião, presidente da Comissão Distrital de Eleições em Maríngué, confirma ter recebido a queixa da RENAMO.

"A RENAMO fez uma nota à comissão devido à colocação dos panfletos num estabelecimento comercial pertencente a um membro do partido FRELIMO", explica Lampião. "Quando o dono do estabelecimento viu o panfleto, tirou-o e foi deixá-lo ao comando. Foi por a RENAMO não gostar dessa atitude que fez a reclamação."

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