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Trabalhadores angolanos da ex-RDA manifestam-se em Frankfurt

Nádia Issufo6 de junho de 2014

Os antigos trabalhadores angolanos da ex-RDA voltaram a sair às ruas, na Alemanha, para exigir melhores compensações ao seu Governo. A embaixada angolana discorda da atitude justificando que o caso já foi encerrado.

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Trabalhadores angolanos da ex-RDA numa manifestação em Berlim em maio de 2014Foto: DW/C. Vieira Teixeira

Na manhã desta sexta-feira, 6 de junho, cerca de 200 antigos trabalhadores angolanos da ex-República Democrática Alemã (RDA) reuniram-se diante do consulado angolano na cidade de Frankfurt para uma manifestação. O objectivo continua a ser o mesmo da última manifestação em Berlim em maio passado: a atribuição de melhores compensações.

Fernando Tati Botschaft Angola
Fernando Tati, adido de imprensa da embaixada de Angola em BerlimFoto: DW/A.Cascais

Resposta da embaixada

Segundo Miguel Cabango, líder dos descontentes o governo angolano ainda não resolveu a situação. "Estamos a reivindicar o nosso dinheiro que até agora o governo não pagou. O governo não resolve a situação. É o mesmo governo do Presidente José Eduardo dos Santos que lavrou o acordo que premitiu que os ex-trabalhadores estivessem cá na Alemanha, antiga RDA. E é o mesmo governo que rejeita hoje pagar os nossos valores.”

Reagindo à manifestação, a embaixada de Angola na Alemanha limitou-se a reconhecer o direito de liberdade de expressão que os cidadãos têm na Alemanha.
"Nós como embaixada da República de Angola na RFA [República Federal da Alemanha] representamos todos os angolanos mas não temos, neste momento, uma posição oficial do governo. Claro que a embixada reconhece e respeita o direito à manifestação de todos os cidadãos", disse à DW África Fernando Tati, adido de imprensa da embaixada angolana.

Angola Angolanische Arbeiter DDR Demonstration Berlin - David André
David André, um dos ex-trabalhadores angolanos da RDA numa manifestação (Berlim 06.10.11)Foto: DW

Promessas por cumprir

De lembrar que um acordo entre os ex-trabalhadores e o governo angolano foi rubricado, através do ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social (MAPESS) em que ficou decidido que cada ex-trabalhador receberia 12.480 dólares (cerca de 9 mil euros ) e uma reforma mensal de 450 dólares (cerca de 330 euros). E na sequência do acordo, também a Angogermany, organização dos ex-trabalhadores angolanos na ex-RDA, seria extinta. Neste sentido as manifestações posteriores ao acordo são descabidas no entender da embaixada. "Discordamos desta atitude mas se eles querem manifestar-se não seremos nós a contrariá-los muito menos a impedi-los”, declara Fernando Tati.

Na verdade os manifestantes estão descontentes principalmente com dois pontos: consideram que o valor deveria ser de 205.931 dólares em vez dos cerca de 12 mil, e exigem maior celeridade no pagamento. Há 20 anos que os ex-trabalhadores esperam pelas compensações, e segundo Miguel Cabango elas chegam a conta-gotas. "O governo até agora só pagou dez por cento do valor que nós transferimos para Luanda. Houve o acordo, o acordo foi assinado. Foram pagos cerca de nove mil e quinhentos euros a alguns colegas mas nem todos receberam o valor."

A luta continua

Tentivas de aproximação ao governo angolano para fechar este caso foram feitas, garante Miguel Cabango, mas continua dizendo que "Nós tentámos. Nós temos até agora um dossier que foi elaborado pela nossa advogada, Dra Helga Candeiras. Foi entregue à Assembleia Nacional, em Luanda, há mais de nove meses e o governo tem conhecimento deste processo mas continua a ignorar. Isso é que nós não compreendemos. Por isso nós estamos aqui. Não vamos cruzar os braços. E até o coletivo está disponível a realizar uma greve de fome de fronte à embaixada durante uma semana ou mais."

Angola Angolanische Arbeiter DDR Demonstration Berlin
Manifestação dos ex-trabalhadores angolanos da RDA (Berlim 06.10.11)Foto: DW

Relativamente ao site da Associação Angogermany, os seus membros garantem que estará novamente ativo, depois de uma deliberção de uma assembleia de março passado onde o coletivo rejeitou a dissolução da Associação, apesar do acordo com o governo angolano. De lembrar que em Angola os ex-trabalhadores da extinta RDA também contestam o posicionamento do governo e têm trabalhado em conjunto com os seus pares sediados na Alemanha.

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