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Somália, RDC e ativista dos Camarões em destaque na imprensa alemã

Madalena Sampaio21 de março de 2014

O envolvimento militar da Alemanha na Somália, os rebeldes na RDC e o prémio entregue pela AI a uma ativista camaronesa pela defesa dos direitos dos homossexuais foram temas abordados esta semana por jornais alemães.

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Presseschau
Foto: Fotolia

O Berliner Zeitung escreve que o envolvimento militar da Alemanha na Somália é simbólico, uma vez que, conforme anunciado esta semana, o Governo de Berlim pretende enviar até 20 soldados para o país africano. O objetivo é treinar o exército somali, no âmbito da missão de formação da União Europeia (UE) na Somália.

Segundo o jornal, no final do ano passado, Berlim recusou qualquer participação numa missão na Somália por motivos de segurança. A decisão do Governo alemão ainda tem de ser aprovada pelo Parlamento.

Ambientalistas e membros da esquerda radical já expressaram algumas reservas, observa o Frankfurter Allgemeine Zeitung. Para o partido Os Verdes, não há garantia de que os soldados somalis treinados pela UE serão realmente leais ao Governo da Somália. A esquerda radical classifica a missão como "demasiado perigosa".

O jornal também refere que, ao contrário do que estava previsto, o Governo não abordou a questão de uma eventual participação alemã na missão de estabilização na República Centro Africana (RCA).

Como escreve Die Tageszeitung, a verdade é que o envio de uma força de intervenção europeia continua a ser adiado e talvez nunca venha a acontecer. E a equipa da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, que deveria explorar as possibilidades de estacionamento de um avião-hospital alemão na RCA ainda não viajou para o país e não deverá partir tão cedo.

A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, é a favor da participação alemã ao lado dos franceses, mas o ministro da Cooperação, Gerd Müller, já expressou ceticismo durante a sua recente visita a Bangui. O governante diz não ter ouvido nenhum apelo para o envio de soldados alemães, apenas viu crianças a chorar e uma miséria gritante.

Desmobilização de rebeldes na RDC

No leste da República Democrática do Congo (RDC), ainda estão presentes milhares de efetivos das forças de paz das Nações Unidas que, de acordo com a imprensa alemã, encorajam os rebeldes das Forças Democráticas de Libertação do Congo (FDLR) a regressar ao seu país.

Demokratische Republik Kongo UN-Soldat M23 Rebellen
Capacetes azuis no leste da República Democrática do CongoFoto: Junior D. Kannah/AFP/Getty Images

E isso significa, antes de mais, uma passagem por Mutobo, um campo de desmobilização e reintegração de rebeldes ruandeses que entraram no leste do Congo, lê-se no Süddeutsche Zeitung.

Depois do genocídio de 1994, recorda o jornal, muitos presumíveis genocidas passaram pelo Congo, onde se juntaram ao grupo rebelde FDLR. E ainda hoje recrutam jovens à força, saqueiam aldeias, enriquecem com o tráfico de ouro e de coltan e lutam contra outros grupos rebeldes e também contra o exército congolês.

Recentemente, a MONUSCO, a missão da ONU na RDC, distribuiu panfletos para incentivar combatentes das FDLR a regressarem ao país, além de intervenções na rádio dos ex-rebeldes que voltaram ao Ruanda.

Aos companheiros que ficaram nas florestas congolesas, os antigos rebeldes enviam mensagens dando conta que, ao contrário dos seus chefes, eles nada têm a temer, em prisões nem execuções.

Desde 2001, acrescenta o jornal, o Ruanda preparou no acampamento de Mutobo mais de 10.000 ex-rebeldes para um regresso à vida civil nos seus países.

Advogada camaronesa distinguida

Vários jornais alemães noticiaram a homenagem feita à advogada camaronesa Alice Nkom. A ativista de 68 anos recebeu esta semana, em Berlim, o 7º prémio de Direitos Humanos da Amnistia Internacional na Alemanha.

Alice Nkom
Ativista Alice Nkom recebeu o 7º Prémio de Direitos Humanos da Amnistia Internacional na AlemanhaFoto: AFP/Getty Images

Um reconhecimento pela sua luta, há vários anos, pelos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT).

O jornal Die Welt lembra que muitos homossexuais africanos são perseguidos, espancados, presos e assassinados. E em 37 países do continente enfrentam punições draconianas. Mas Alice Nkom, sublinha o jornal, não se deixa intimidar.

Die Tageszeitung, no entanto, diz ter ficado surpreendido com o grande número de países africanos onde a homossexualidade não é proibida, ou seja, na maioria das ex-colónias francesas, mas também na África do Sul, no Ruanda e na República Democrática do Congo.

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