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Siemens deve substituir diretor-executivo Peter Löscher

28 de julho de 2013

Falha em alcançar prognósticos de lucros e insatisfação de funcionários provocam queda do CEO austríaco que, segundo membros da diretoria, nunca esteve realmente "por dentro" da gigante de engenharia.

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Foto: AP

O conglomerado de tecnologia Siemens informou que nos próximos dias definirá sobre o possível afastamento de seu diretor-executivo, Peter Löscher. O comunicado foi divulgado neste sábado (27/07), após reunião do conselho de empresa. A saída de Löscher é dada como certa e já se especula quem deverá substituí-lo.

Ainda não está definido se o executivo austríaco renunciará ou se será demitido do cargo. Ele assumiu a presidência da gigante alemã em 2007, tem atraído para si a ira dos acionistas da empresa e do mercado de capitais por repetidamente deixar de alcançar os prognósticos de lucros anunciados.

Na última quinta-feira, a companhia foi forçada a rebaixar suas projeções pela segunda vez em três meses. Ela admitiu que não mais esperava "alcançar uma margem total de lucro de pelo menos 12% no ano fiscal de 2014, como planejado no programa da Siemens para 2014".

Promessa de luta

O destino de Peter Löscher dentro da empresa será oficializado na próxima quarta-feira. Na ocasião, um dos membros da atual presidência também deverá ser nomeado para sucedê-lo. Os candidatos mais cogitados são o diretor financeiro, Joe Kaeser, e o chefe do departamento de indústria, Siegfried Russworm.

No entanto, o atual CEO, de 55 anos, mostra espírito combativo, afirmando que não cederá seu posto sem resistência. "Tenho contrato até 2017, e justamente agora a Siemens precisa mais do que nunca de seu capitão", declarou ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung.

Siemens Peter Löscher
Peter Löscher: "Tenho contrato até 2017"Foto: picture-alliance/dpa

Segundo a imprensa alemã, a iniciativa de afastá-lo partiu dos representantes do departamento de capital no conselho de empresa. No entanto, também há descontentamento entre os funcionários desde que Löscher anunciou um programa de austeridade para 2014, além de acenar com o corte de 10 mil vagas de trabalho em todo o mundo.

Fim da corrupção

Ao assumir a presidência do conglomerado de engenharia sediado em Munique, sete anos atrás, Peter Löscher tinha como missão de acabar com a corrupção interna, na qualidade de figura externa. Para tal, o diretor de conselho, Gerhard Cromme, foi buscá-lo especialmente dos Estados Unidos.

Löscher cumpriu sua tarefa: juntamente com o vice Peter Solmssen, secou o mar de lama no qual afundava a Siemens. No entanto, segundo diversos funcionários e diretores, ele nunca esteve realmente "por dentro" da empresa altamente ramificada e, até hoje, não a conhece o suficiente.

Na prática, por dominar todos os detalhes do funcionamento da firma, o diretor de finanças Kaeser é quem tem funcionado como presidente, enquanto Löscher em geral se atém a algumas poucas observações estratégicas.

A esse fato somou-se a série de fiascos que têm marcado o mandato do austríaco, que abarcam desde compras equivocadas e vendas precipitadas, até panes técnicas. Entre estas, destaca-se o repetido atraso na entrega de trens expressos encomendados pela rede ferroviária alemã Deutsche Bahn e a falha da Siemens em conectar à rede elétrica seus parques eólicos offshore no Mar do Norte, acarretando-lhe prejuízos volumosos.

AV/ap/afp/dpa/rtr