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RENAMO quer mediação nas negociações com Governo

Leonel Matias (Maputo)2 de setembro de 2013

19 rondas de negociações depois e a menos de 3 meses das eleições autárquicas, continua impasse entre RENAMO e Governo moçambicano. Oposição pede mediadores, Executivo diz não.

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RENAMO quer mediação das negociações com GovernoFoto: DW/L.Matias

Em Moçambique, quando faltam menos de três meses para a data das eleições autárquicas - que se realizam a 20 de novembro - o Governo e o principal partido da oposição, a RENAMO, voltaram a não alcançar consenso esta segunda-feira (2.09), no diálogo destinado a pôr fim à tensão política que se vive no país, divergindo novamente em torno da revisão da lei eleitoral.

A RENAMO insiste agora na necessidade do envolvimento de mediadores, para se ultrapassar o impasse nas negociações que se iniciaram há precisamente quatro meses, a 2 de maio, sem progressos assinaláveis desde então. Mas o Governo rejeita a exigência.

Saimon Macuiane
Saimon Macuiane, chefe da delegação da RENAMO para o diálogo com o Governo moçambicanoFoto: DW/L.Matias

Esta poderá ter sido a derradeira ronda negocial entre o Governo e a RENAMO, antes de expirar, na proxima sexta-feira (6.09) o prazo para as forças políticas concorrentes às próximas eleições submeterem as listas dos seus candidatos a presidentes dos municípios e das assembleias ao nível das 53 autarquias.

"Mediadores para aproximar moçambicanos" pede RENAMO

O Chefe da delegação da RENAMO, Saimon Macuiane, defende o envolvimento de mediadores no diálogo como a única saída para se ultrapassar o impasse."A crise política eleitoral continua e nós, mais uma vez, viemos dizer que, havendo esta crise, torna-se fundamental a presença na sala de facilitadores nacionais e observadores para que se possam aproximar os irmãos moçambicanos", afirma Macuiane.

O Chefe da delegação do Governo, José Pacheco, acusa a RENAMO de manobras obstrucionistas para dar a entender que aquela formação política está a ser excluída dos processos eleitorais. José Pacheco afirma que, "como governo", continuam "abertos ao diálogo". "Conhecemos o nosso mandato, e é nessa base que entendemos que estamos à altura de tratar dos pontos propostos pela RENAMO. É esta agenda que estamos a seguir", conclui.

RENAMO quer mediação nas negociações com Governo

RENAMO fora das autárquicas

Com o impasse desta décima nona ronda, neste momento já é praticamente impossível uma eventual participação da RENAMO nas eleições autárquicas deste ano, a menos que se proceda a uma alteração do calendário eleitoral. A RENAMO, recorde-se, não participou em duas importantes importantes fases do processo eleitoral: pediu aos seus membros e simpatizantes que não participassem no recenseamento e não se inscreveu para fazer parte do escrutínio.

Sabe-se que a comissão política da RENAMO esteve reunida no último fim de semana em Satunjira, na Gorongosa. Embora não tenha transpirado nada até ao momento, acredita-se que tenham estado sobre a mesa temas como a atual tensão política no país e a estratégia da RENAMO face à proximidade das eleições que aquele partido ameaça boicotar e inviabilizar, caso não seja aprovada a revisão do pacote eleitoral.

José Pacheco
José Pacheco, chefe da delegação do Governo de MoçambiqueFoto: DW/L.Matias
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