1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Reeleição de Obama é considerada positiva para a Europa

7 de novembro de 2012

Segundo mandato de Barack Obama é, na opinião de analistas, uma boa notícia para a Europa e para as relações transatlânticas. Reeleição aumenta, porém, expectativas no continente.

https://p.dw.com/p/16e5U
Foto: picture-alliance/dpa

O desejo da maioria dos europeus tornou-se realidade. Barack Obama foi eleito para um segundo mandato na Casa Branca. Analistas europeus veem esta como uma boa notícia. "Obama é certamente mais próximo dos europeus do que Romney no que se refere à política interna e a políticas sociais. Isso foi constatado, inclusive, em pesquisas de opinião na Europa", lembra Marius Busemeyer, cientista político da Universidade de Constança.

"Para a Europa, ele significa previsibilidade", compara Heinz Gärtner, do Instituto Austríaco de Política Internacional, em Viena. "Romney seria muito imprevisível para a Europa, porque já mudou suas posições sobre desenvolvimentos globais várias vezes."

"Obama, por sua vez, não tem motivos para alterar sua política para a Europa após sua vitória eleitoral", observa Vincent Michelot, especialista em EUA da Universidade Sciences Po, de Lyon. "Por outro lado, isso pode significar que o presidente pedirá à Europa para se esforçar mais para colocar a economia de volta nos trilhos, já que a recuperação da economia norte-americana depende também de uma melhora na situação europeia."

Mais envolvimento internacional

Além do aspecto econômico, o governo reeleito pode exigir também que a Europa se empenhe mais na parceria com os Estados Unidos. Um exemplo citado por Gärtner é a busca de soluções para a guerra civil na Síria e para a disputa sobre o programa nuclear iraniano.

Obama pode também vir a pedir ajuda transatlântica num tema que atualmente é muito importante para os europeus: proteção climática e política ambiental, que o presidente poderia trazer de volta à pauta em Washington.

Apesar do foco maior que a política externa dos EUA tem destinado à Ásia, a Europa vai continuar sendo o parceiro mais importante e confiável para os Estados Unidos, segundo o especialista. "Acho que a chamada reorientação dos Estados Unidos para o Pacífico foi realmente exagerada", diz Michelot. "Não é como se os EUA tivessem deixado a Europa sozinha de repente, ou como se a relação tivesse esfriado."

Nato-Generalsekretär Anders Fogh Rasmussen (l) und US-Präsident Barack Obama begrüßen Bundeskanzlerin Angela Merkel am Sonntag (20.05.2012) in Chicago, USA, zum Nato-Gipfel. Die Staats- und Regierungschefs der 28 Nato-Staaten wollen auf dem zweitägigen Gipfel in der nordamerikanischen Stadt am Michigansee über eine engere Zusammenarbeit bei größeren Rüstungsprojekten, über die Nato-Raketenabwehr und die Zukunft der taktischen Atomwaffen in Europa beraten . Foto: Peer Grimm dpa +++(c) dpa - Bildfunk+++
Obama, com líder alemã Merkel e secretário-geral da Otan, Rasmussen: garantia de estabilidade para europeusFoto: picture-alliance/dpa

Ele ressalta, ainda, que um aspecto importante é o fato de os EUA terem que cuidar de problemas mais urgentes no mundo do que a Europa. "A crise econômica europeia preocupa Washington, mas não se compara ao programa nuclear do Irã ou a outras ameaças globais."

Romney teria dividido Europa

No entanto, os especialistas alertam que não há razão para que os europeus descansem, acreditando que a parceria transatlântica se manterá sempre sólida. Primeiro, porque os Estados Unidos também no futuro continuarão a direcionar sua atenção para outras regiões do mundo e, segundo, porque Obama, ao contrário de presidentes anteriores, não tem ligação pessoal alguma com a Europa.

Mesmo assim, Obama é indiscutivelmente a melhor opção para o continente. "Foi uma decisão muito boa para a Europa", salienta Gärtner. "Se Romney se tornasse presidente, teria provocado uma divisão similar à ocorrida na gestão de George W. Bush. E a política de Romney em relação a China, Rússia e Oriente Médio teria dividido os europeus, o que seria um desastre para o continente."

Autor: Michael Knigge (md)
Revisão: Francis França