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Quênia ameaça fechar maior campo de refugiados do mundo

12 de abril de 2015

Campo de Dadaab abriga mais de 350 mil pessoas, em sua maioria somalis. Decisão é reação aos recentes ataques promovidos no país por grupo terrorista da Somália. ONU afirma que não recebeu notificação oficial.

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Foto: AP

O governo do Quênia ameaçou neste sábado (11/04) fechar o maior campo de refugiados do mundo, localizado em Dadaab. Nairóbi deu prazo até julho para a ONU remover ou repatriar os refugiados, em sua grande maioria somalis. As Nações Unidas, no entanto, afirmam não ter recebido nenhuma comunicação oficial.

A decisão queniana é uma reação aos recentes ataques promovidos no país pelo grupo extremista Al Shabaab, da Somália. Militantes da organização terrorista mataram 148 pessoas depois de invadirem o campus da Garissa University College, localizado a 200 quilômetros da fronteira entre os dois países.

"Nós pedimos ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para realocar os refugiados em três meses ou nós iremos realocá-los", afirmou o vice-presidente da Quênia, William Ruto.

No domingo, o Acnur disse, porém, que não recebeu nenhum pedido oficial do Quênia. O órgão afirmou que refugiados não podem ser forçados à repatriação e, além disso, o país tem a obrigação internacional de protegê-los.

A organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch classificou como ilegal o envio de refugiados de volta aos seus países de origem.

O campo de refugiados de Dadaab é o maior do mundo e abriga, segundo a ONU, cerca de 350 mil pessoas, sendo a grande maioria somalis. Ele foi aberto em 1991, após o colapso do regime de Siad Barre na Somália, o que levou o país a uma guerra civil.

É a segunda vez que o governo queniano tenta fechar Dadaab. A primeira foi em novembro de 2013, depois do ataque do Al Shabaab a um shopping center em Nairóbi, que matou mais de 400 pessoas.

CN/afp/rtr