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CriminalidadeBrasil

Voos clandestinos em terra yanomami caem 90%

28 de junho de 2023

Segundo balanço das Forças Armadas, cinco meses de combate ao garimpo ilegal resultaram na apreensão e/ou neutralização de materiais avaliados em R$ 31 milhões.

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Áreas de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami vistas em sobrevoo ao longo do rio Mucajaí.
Áreas de garimpo ilegal na Terra Indígena YanomamiFoto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Uma ação integrada contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami resultou na apreensão e/ou neutralização de materiais avaliados em R$ 30.972.825,00, informou o Exército nesta terça-feira (27/06). Em entrevista coletiva realizada em Boa Vista, as Forças Armadas também anunciaram uma redução de 90% dos voos clandestinos na região em cinco meses de combate ao garimpo ilegal.

Entre os objetos apreendidos na chamada Operação Ágata Fronteira Norte estão 42 toneladas de cassiterita, óxido natural do qual se extrai minério de estanho. Também foram apreendidos ou inutilizados os seguintes itens: combustível, ouro, mercúrio, barracas, motores, celulares, balsas, embarcações, aeronaves, munição e armas. A ação segue em andamento, com desdobramentos processuais ainda em análise.

Realizadas pelo Comando Operacional Conjunto Amazônia, as ações envolvem parcerias entre Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira. Para a mobilização, foram utilizadas embarcações, lanchas, helicópteros orgânicos e 15 tipos de aeronaves das Forças Armadas.

Com isso, os militares puderam distribuir 23.438 cestas básicas à população indígena da região, realizar 2.424 consultas médicas e transportar 270 indígenas, entre outras ações. A Operação Ágata Fronteira Norte também destruiu 19 garimpos ilegais e identificou 70 pistas de pouso clandestinas.

Grandes desafios

O chefe do Estado-Maior do Comando Conjunto, brigadeiro André Gustavo Fernandes Peçanha, ressaltou, porém, que a operação lida com grandes desafios, a começar como uma área de grande extensão (57,43 mil km2), que requer o uso de meios aéreos; e chuvas frequentes e intensas, que se concentram de abril a agosto.

"Temos a oportunidade de mostrar o esforço que o Estado brasileiro vem fazendo para resolver, solucionar os problemas na Terra Indígena Yanomami e, principalmente, como nós fazemos isso de uma forma coordenada, de uma forma impecável com as agências, com os órgãos federais. Isso tudo nos garante uma sinergia de esforços, que é fundamental para que nós cumpramos com sucesso as próximas atividades", disse o general Ricardo Augusto Costa Neves, segundo reportagem da Agência Brasil.

Ele afirmou ainda que as forças de segurança vão continuar combatendo a mineração ilegal e os crimes ambientais na região: "As ações preventivas e repressivas são uma grande conquista para que tenhamos a volta da normalidade na terra indígena. Não podemos retroceder. Se mais de 90% (dos garimpeiros) foram embora, vamos buscar zerar. Mas temos que fazer o planejamento de medidas de curto, médio e longo prazo. Os yanomamis continuam precisando desse apoio e nós precisamos manter a terra indígena livre de crimes ambientais", afirmou o general.

ip (Agência Brasil, ots)

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