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ConflitosFrança

Ucrânia critica Macron por fala moderada em relação à Rússia

4 de junho de 2022

Presidente francês disse que não se deve "humilhar" Moscou em meio à guerra, para logo depois ser rebatido por Kiev. Discurso de Macron "humilha apenas a França", afirma ministro ucraniano.

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O presidente da França, Emmanuel Macron
Macron tem conversado com Putin regularmente desde a invasão da Ucrânia, como parte dos esforços para alcançar um cessar-fogo e iniciar uma negociação de fatoFoto: Ludovic Marin/REUTERS

A Ucrânia rebateu neste sábado (04/06) o presidente da França, Emmanuel Macron, por um discurso moderado em relação à Rússia, quando ele disse ser importante que Moscou não seja "humilhada" em meio à invasão do território ucraniano.

Macron tem procurado manter um diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin, desde o início da guerra travada pela Rússia, em 24 de fevereiro. O posicionamento do líder francês tem sido repetidamente criticado por alguns parceiros do Leste Europeu e do Báltico, que dizem que esse discurso enfraquece os esforços para levar Putin à mesa de negociações.

"Não devemos humilhar a Rússia, para que, no dia em que os combates cessarem, possamos construir uma rampa de saída por meios diplomáticos", disse Macron em entrevista a jornais franceses publicada neste sábado. "Estou convencido de que é papel da França ser uma potência mediadora."

Em resposta, o ministro ucraniano do Exterior, Dmitro Kuleba, afirmou que "os apelos para evitar a humilhação da Rússia só podem humilhar a França e todos os outros países que exigem o mesmo."

"Porque é a Rússia que humilha a si mesma. É melhor nos concentrarmos em como colocar a Rússia em seu lugar. Isso trará paz e salvará vidas", escreveu Kuleba no Twitter.

Macron tem conversado com Putin regularmente desde a invasão da Ucrânia, como parte dos esforços para alcançar um cessar-fogo e iniciar uma negociação credível entre Kiev e Moscou –  embora não tenha tido nenhum sucesso tangível até agora.

"Acho, e disse a ele [Putin], que ele está cometendo um erro histórico e fundamental para seu povo, para si mesmo e para a história", disse o presidente francês na entrevista.

Questionado sobre a oferta de mediação, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak afirmou que "não há sentido em manter negociações" com a Rússia até que Kiev receba novas armas do Ocidente e empurre as forças russas "o mais longe possível das fronteiras da Ucrânia".

Ajuda do Ocidente

A Rússia ocupa agora cerca de um quinto do território ucraniano, enquanto Kiev recebe armas ainda mais poderosas do Ocidente.

"Nossas forças armadas estão prontas para usar [as novas armas]. E então acho que podemos iniciar uma nova rodada de negociações a partir de uma posição fortalecida", afirmou David Arakhamia, parlamentar ucraniano e membro da equipe de negociação, na sexta-feira.

Entre outros itens, os Estados Unidos enviarão à Ucrânia sistemas de foguetes do tipo Himars, de alta precisão, permitindo que as tropas ucranianas atinjam posições russas com maior alcance. A França também forneceu armas ofensivas, incluindo o obus autopropulsado Caesar, retirado dos estoques do Exército francês.

ek (Reuters, ots)