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Brasil em Oberhausen

5 de maio de 2011

A 57ª edição da mostra, considerada uma das mais conceituadas da categoria, reúne 141 filmes de 40 países. Entre eles estão produções dos brasileiros Anita da Silveira, Clarissa Campolina e Leandro Tadashi.

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Cena de 'Handebol', que concorre na categoria Internacional
Cena de 'Handebol', que concorre na categoria InternacionalFoto: Anita da Silveira

Entre os dias 5 e 10 de maio, a cidade alemã de Oberhausen vai sediar a 57º edição do seu Festival Internacional de Curtas Metragens, considerado o mais antigo e um dos mais conceituados da categoria. Entre os autores que já participaram da mostra estão renomados diretores do cinema, como o franco-polonês Roman Polanski e os norte-americanos Spike Lee e George Lucas.

Para este ano, 141 filmes de 40 países foram selecionados, e entre eles estão três brasileiros. Os curtas Adormecidos, de Clarissa Campolina, e Handebol, de Anita Rocha da Silveira, concorrem na categoria Internacional. Naiá e a Lua, de Leandro Tadashi, tenta faturar o primeiro lugar na categoria Infanto-juvenil (para a faixa etária a partir dos 10 anos). Ao todo, o festival vai distribuir 41 mil euros em prêmios.

Cena de 'Adormecidos', de Clarissa Campolina
Cena de 'Adormecidos', de Clarissa CampolinaFoto: Clarissa Campolina

"Oberhausen é um festival que sempre me chamou muito a atenção por sua história, tradição e curadoria, que preserva um diálogo com as artes visuais de uma maneira mais ampla do que a maioria dos festivais de cinema", afirma Clarissa Campolina, já animada com a apresentação de seu primeiro curta na Europa. "É sempre muito interessante participar de um festival internacional e poder assistir ao seu filme ao lado de trabalhos de diversas partes do mundo", diz, empolgada, a diretora de 31 anos.

Adormecidos tem como tema outdoors, luzes e a noite nas grandes cidades. Clarissa conta que a ideia do vídeo surgiu quando a imprensa de Belo Horizonte, onde mora, passou a questionar a presença dos painéis publicitários em determinados locais da cidade. "As figuras dos outdoors parecem carregadas de elementos comuns ao imaginário urbano – o vazio, o capital, a vigilância e o pouco convívio entre moradores da mesma cidade", conta Clarissa. Seu primeiro curta, Trecho, ganhou oito prêmios em festivais brasileiros. Mas é a primeira vez que ela apresenta um filme na Europa

Curtas ainda têm pouco espaço no Brasil

Já a diretora de Handebol, Anita Rocha da Silveira, participou de um festival em Toulouse, na França, em março passado. Mas ela ressalta que o festival de Oberhausen terá um sabor diferente. "Esta será uma competição especificamente de curtas, será uma experiência diferente", ressalta a cineasta de 26 anos.

Sem patrocínio ou qualquer apoio financeiro, seu segundo curta-metragem nasceu a partir de um trabalho com amigos da PUC do Rio de Janeiro, onde ela estudou cinema. Handebol também recebeu vários prêmios em festivais brasileiros.

"Todo mundo fora do país comenta os nossos curtas, a produção está aumentando. Mas infelizmente as pessoas ainda não dão muita bola para curtas no Brasil", lamenta.

Handebol recebeu vários prêmios em festivais brasileiros
'Handebol', dirigido por Anita da Silveira recebeu vários prêmios em festivais brasileirosFoto: Anita da Silveira

Na categoria Infanto-juvenil o Brasil estará representado pelo filme Naiá e a Lua, que traz a história de uma indiazinha que se apaixona pela lua ao ouvir uma anciã de sua aldeia contar como surgiram as estrelas no céu. O diretor paulista Leandro Tadashi traduz para as telas, em um vídeo de 13 minutos, uma adaptação da lenda indígena sobre o nascimento da vitória-régia.

Os filmes concorrentes serão exibidos no Lichtburg Filmpalast, em Oberhausen, com ingressos a 6 euros.

Autora: Mariana Santos
Revisão: Alexandre Schossler