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Reino Unido proíbe "fracking" por considerações de segurança

2 de novembro de 2019

Após tremores em sítio de extração, estudo confirma que fraturamento hidráulico para exploração de gás natural pode provocar abalos sísmicos imprevisíveis. Setor britânico de energia pressionava por adoção da técnica.

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Estação de fraturamento hidráulico em Dakota do Norte, EUA
"Fracking" envolve injeção de água e química em pedras, para liberar gás naturalFoto: Reuters/A. Cullen

O Reino Unido impôs neste sábado (02/11) uma moratória de efeito imediato sobre o fraturamento hidráulico, ou fracking. A decisão seguiu-se à publicação de um relatório da Autoridade de Óleo e Gás (OGA) confirmando que a controvertida técnica de extração de gás natural implica risco elevado de provocar tremores de terra de magnitude imprevisível. O setor britânico de combustíveis fósseis vinha pressionando por sua aplicação na exploração de gás de xisto.

O anúncio foi saudado por ambientalistas, que há muito se opunham ao fracking, o qual envolve a ruptura de pedras subterrâneas com água e substâncias químicas a alta pressão. Além dos sismos, seus desastrosos efeitos colaterais incluem contaminação de reservas hídricas e do solo, e a contribuição para a mudança climática.

O Departamento de Comércio e Energia divulgou, em comunicado, que "trabalhos exploratórios para determinar se o xisto poderia ser uma nova fonte doméstica de energia no Reino Unido [...] foram suspensos – a menos e até que se forneça novas provas de que eles podem ser realizados em segurança aqui".

Em fins de agosto, foi registrado um tremor de 2,9 pontos num sítio de exploração gerido pela empresa de energia britânica Cuadrilla, próximo a Blackpool, no noroeste da Inglaterra. Após investigar o incidente a OGA decidiu-se pela proibição da técnica.

"Tendo revisto o relatório da OGA sobre atividade sísmica recente [...], está claro que não podemos excluir futuros impactos inaceitáveis sobre a comunidade local", declarou a secretária de Estado britânica para Assuntos Econômicos, Energia e Estratégia Industrial, Andrea Leadsom.

A notícia chega num momento em que o primeiro-ministro Boris Johnson se prepara para as eleições de 12 de dezembro, dominadas pelo Brexit, mas em que as questões climáticas também estão presentes. Antes, o conservador vinha apoiando a argumentação do setor, de que o fraturamento hidráulico seria uma forma de reduzir as importações de gás.

AV/rtr

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