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O Oscar da ópera

DW (av)6 de outubro de 2008

A revista "Opernwelt" pediu a opinião de 50 críticos independentes sobre as casas de ópera dos países germanófonos. Os especialistas louvaram sobretudo o desempenho do diretor artístico do Aalto Theater, em Essen.

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Logo do Aalto TheatersFoto: picture alliance/dpa

O Aalto Theater, na metrópole do Ruhr, Essen, é o claro favorito dos peritos da ópera. O fato é confirmado pelo anuário Oper 2008, publicado pela revista especializada Opernwelt. Os 50 críticos consultados louvaram em especial o mérito do diretor artístico Stefan Soltesz na consolidação do teatro. Como seu diretor e cabeça artística desde 1997, ele estabeleceu padrões de qualidade exemplares. A revista elogia ainda seu "saudável ceticismo diante de modas e tendências, diante do poder e da feira das vaidades".

A Filarmônica de Essen, da qual Soltesz é também o diretor musical, foi designada mais uma vez orquestra do ano. O segundo lugar foi dividido entre a orquestra da Ópera de Frankfurt do Meno e a do Teatro de Basiléia, na Suíça. A distinção foi divulgada poucos dias após a demissão sumária do então diretor artístico da Filarmônica de Essen, Michael Kaufmann. Este assumira a direção da casa de concertos há quatro anos e foi demitido por repetidamente estourar o orçamento da instituição.

Mozart, Henze, Braunfels

Intendant Stefan Soltesz vor dem Aalto Theater in Essen
Elogios a SolteszFoto: picture alliance/dpa

A maior parte dos 50 críticos independentes considerou Hans Neuenfels e Christof Loy os melhores diretores de cena. Aplauso para a versão de Neuenfels do Tannhäuser de Richard Wagner em Essen, assim como para sua montagem de Penthesilea, de Othmar Schoeck, na Basiléia, escolhida como melhor montagem de 2008.

Entre os trabalhos de Loy, sua abordagem intimista de Così fan tutte de Mozart, em Frankfurt, cativou em especial os peritos do teatro musical, assim como sua produção de Die Bassariden, de Hans Werner Henze na Ópera Bávara de Munique.

Como redescoberta mais importante constou a composição Jeanne d'Arc – Szenen aus dem Leben de Heiligen Johanna (Cenas da vida de Santa Joana d'Arc), de Walter Braunfels. Composta durante a Segunda Guerra Mundial, a obra foi apresentada cenicamente pela primeira vez, após mais de 50 anos, na Deutsche Oper de Berlim. A Estréia do Ano ocorreu também em Berlim: Phaedra, de Henze, na Staatsoper Unter den Linden.

Aborrecimentos berlinenses

Contudo, a capital alemã cuidou igualmente de fornecer o "Desprazer do ano". Mais uma vez os críticos expressaram descontentamento sobre a indefinição da reestruturação da paisagem operística da cidade. Mencionou-se a crise na direção da Staatsoper, sob Daniel Barenboim e Peter Mussbach, o qual, neste meio tempo, entregou o cargo. Outro ponto de crítica é a falta de cooperação entre as três casas berlinenses –Komische Oper, Deutsche Oper e Unter den Linden.

Salzburger Festspiele - Probe Ascanio in Alba Diana Damrau
Diana Damrau em montagem de 'Ascanio in Alba' , de Mozart, em SalzburgoFoto: picture-alliance/ dpa

Cantor e cantora do ano foram Diana Damrau e Michael Volle. A soprano conquistou o título pelos papéis de Gilda, do Rigoletto de Verdi (Ópera Semper de Dresden), e de Susanna de As bodas de Fígaro de Mozart (Festival de Salzburgo). O barítono Volle impressionou os críticos por seu Beckmesser (Mestres-cantores de Nurembergue de Wagner) e pela atuação em Eugênio Oneguin de Tchaikovsky, ambas encenadas na Staatsoper de Munique.

Claudio Abbado foi eleito Regente do Ano por seu trabalho operístico à frente da Mahler Chamber Orchestra. Como principal coro, o da Deutsche Oper de Berlim. Para Livro do Ano foi indicada a correspondência entre os compositores Alban Berg e Arnold Schoenberg, e o DVD do Ano foi a série da Arthaus dedicada à obra do diretor vienense Walter Felsenstein (1901-1975).

Como melhor cenógrafo, a Opernwelt elegeu Johannes Leiacker, pelo gigantesco olho que marcou a montagem da Tosca de Puccini no Lago de Bregenz. Destaque na categoria figurino ficou para Anna Viebrock, que vestiu o Wozzeck de Alban Berg, apresentado em Paris.

20 anos de trabalho sério

O Aalto Theater deve seu nome ao arquiteto finlandês Alvar Aalto (1898-1976), que o projetou. O prédio branco, de formas arrojadas e assimétricas, é considerado uma das mais belas casas de espetáculos da Alemanha.

O teatro foi inaugurado em 25 de setembro de 1988, tendo apresentado, desde então, 90 produções, mais do que a Staatsoper de Viena, por exemplo. Seu repertório se concentra especialmente na obra de Richard Strauss e de Giuseppe Verdi.