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G8 no Japão

DW (rw)7 de julho de 2008

Organizações não governamentais lembram que muitas das promessas de recursos para a ajuda ao desenvolvimento feitas em encontros anteriores do G8 não foram cumpridas.

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Oxfam prendeu pedidos ao G8 em árvore diante da chancelaria federal em BerlimFoto: AP

Segundo Johannes Lauterbach, da organização não governamental Attac Deutschland, até agora apenas o governo alemão aumentou a ajuda ao desenvolvimento, conforme prometido na cúpula de um ano atrás, na Alemanha. "Fizeram promessas vazias em Heiligendamm. Prometeram aumentar a ajuda ao desenvolvimento, mas não fizeram nada", reclamou.

Também a Associação Alemã de ONGs de Desenvolvimento (Venro, da sigla em alemão) apelou aos países que integram o G8 para que cumpram suas promessas financeiras.

Elogios e expectativas

Nas cúpulas de Gleneagles (Escócia), em 2005, e de Heiligendamm (Alemanha) em 2007, as principais nações industrializadas do mundo haviam sinalizado com a possibilidade de elevar sua contribuição anual em 50 bilhões de dólares até 2010.

Claudia Warning, presidente da Venro, elogiou o governo alemão, que no próximo ano prometeu disponibilizar 800 milhões de euros a mais para a cooperação econômica. Mas ressaltou que, mesmo assim, é preciso fazer mais para atingir a meta de 13 bilhões de euros até 2010, referente a 0,51% de seu Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha. O valor atual é de 9 bilhões de euros anuais.

Já a ministra alemã da Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, lembrou que o perdão das dívidas de alguns países africanos permitiu a 29 milhões de crianças freqüentarem uma escola.

Apesar de resultados positivos na África, como a queda de 6% na pobreza em relação a 2000 e um crescimento econômico de 5,7% em 2007, Warning advertiu que os 150 bilhões de dólares esperados em nível mundial não são muito: "Se levarmos em consideração que o tratamento da aids custa entre 30 e 40 bilhões de dólares ao ano, sabemos de que dimensões estamos falando. A cada dia a pobreza mata 24 mil pessoas".

Nações ricas e energias renováveis

Outro problema constante nas regiões pobres do mundo é o abastecimento de energia. Segundo a presidente da Venro, esta é uma área onde os países ricos poderiam oferecer grande ajuda em forma de energias renováveis. "Isso tem a ver com vontade, conhecimentos e custos de investimento. E aqui a Alemanha tem bastante a oferecer. Somos líderes mundiais neste campo e poderíamos oferecer tecnologia e transferência de conhecimentos. Será, por exemplo, uma tarefa para o G8", sugeriu.

No momento, a mais importante meta do milênio, que é a redução da pobreza no mundo pela metade até 2015, está ameaçada pelo aumento do preço da energia e, acima de tudo, dos preços dos alimentos. Esse é um desafio a ser enfrentado por toda a comunidade internacional, ressaltou o prelado Stephan Reimers, presidente da Conferência Conjunta Igreja e Desenvolvimento.

Para ele, a "explosão dos custos dos alimentos tornará o cumprimento das metas ainda mais difícil. Por isso, o importante é continuarmos neste caminho".