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ConflitosIsrael

Netanyahu rejeita cessar-fogo proposto pelo Hamas

7 de fevereiro de 2024

Plano ambicioso para pausar o conflito na Faixa de Gaza incluía libertação de todos os reféns. Premiê israelense diz estar perto de "vitória absoluta" e que Israel é o único poder capaz de garantir a paz duradoura.

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Premiê israelense, Benjamin Netanyahu,
Netanyahu classificou como "delirante" a proposta do Hamas e descartou acordos que deixem o grupo extremista com controle total ou parcial sobre GazaFoto: Ohad Zwigenberg/AP/dpa/picture alliance

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou nesta quarta-feira (07/02) uma proposta apresentada pelo grupo radical islâmico Hamas para implementação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

O plano, apresentado horas antes, previa uma trégua de quatro meses no conflito com Israel , que incluiria ainda a libertação de todos os reféns israelenses. Em contrapartida, o país teria de retirar suas tropas do enclave palestino e aceitar negociar um acordo para o fim definitivo da guerra.

A proposta veio em resposta a uma oferta enviada dias atrás por representantes do Catar e do Egito, países que vem atuando como mediadores no conflito iniciado após os ataques terroristas do grupo radical a Israel em 7 de outubro de 2023.

A estratégia apresentada pelos diplomatas egípcios e cataris era considerada a mais ambiciosa desde o início da guerra. A versão final colocada pelo Hamas propunha que todos os reféns fossem libertados em troca de centenas de palestinos presos em Israel, incluindo alguns militantes de alta patente.

Após reunir-se nesta quarta-feira com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, que realiza uma nova viagem ao Oriente Médio na tentativa de assegurar um cessar-fogo, Netanyahu anunciou que seu país rejeitava o plano proposto pelo Hamas.

Proposta "delirante", diz Netanyahu

"Estamos a caminho de uma vitória absoluta", disse o premiê israelense, acrescentando que a operação militar no enclave deve durar meses, não anos. "Não há outra solução."

Netanyahu classificou como "delirante" a proposta do Hamas e descartou futuros acordos que deixem o grupo extremista com o controle total ou parcial sobre a Faixa de Gaza. O premiê também afirmou que Israel é o único poder capaz de garantir a segurança de maneira duradoura na região.

Blinken e Netanyahu apertam aos mãos
Netanyahu se reuniu com Blinken, que viajou novamente a Israel para tentar costurar um acordo de pazFoto: Amos Ben-Gershom/dpa/picture alliance

"Nós nos rendermos às exigências delirantes do Hamas, que escutamos agora, não apenas não garantirá a libertação dos reféns, como acarretará mais um massacre", disse o primeiro-ministro em uma coletiva de imprensa.

Pouco antes, Blinken havia dito que ainda era necessário muito trabalho para superar as diferenças entre Israel e o Hamas quanto a um futuro acordo de paz. O presidente dos EUA, Joe Biden, ponderou que as exigências do Hamas eram "um pouco extremas", mas assegurou que as negociações continuariam. Israel, Estados Unidos e a União Europeia, entre outros, classificam o Hamas como grupo terrorista.

A guerra entre Israel e o Hamas já provocou a morte de mais de 27 mil palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo radical. Bairros inteiros foram dizimados, com a grande maioria da população de 2,2 milhões sendo forçada a deixar suas casas. Um quarto dos habitantes do enclave é assolado pela fome.

rc/le/av (Reuters/AP)