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Jenni Hermoso apresenta queixa criminal contra Rubiales

7 de setembro de 2023

Ação complica ainda mais situação do presidente afastado da Real Federação Espanhola de Futebol, que forçou beijo em jogadora da seleção espanhola. Penas para casos como este variam de multas a até 4 anos de prisão.

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Montagem com imagens de Luis Rubiales e Jennifer Hermoso
Ação de Jenni Hermoso é passo imprescindível para que o processo contra Luis Rubiales avance na JustiçaFoto: John Cowpland/Rfef/EUROPA PRESS/AP/dpa/picture alliance

A jogadora de futebol da Espanha Jenni Hermoso entrou com uma queixa criminal contra Luis Rubiales, o presidente afastado da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), em razão do beijo forçado que o dirigente deu na atleta após a seleção espanhola conquistar a Copa do Mundo Feminina.

A ação, que complica ainda mais a situação de Rubiales, foi comunicada à imprensa pela Promotoria nesta quarta-feira (06/09).

Trata-se de uma passo imprescindível para que o processo avance na Justiça, após a abertura de uma investigação na Audiência Nacional – a mais alta instância penal da Espanha – contra Rubiales pelo suposto delito de agressão sexual.

Com a formalização da denúncia por parte da jogadora, a Audiência Nacional apresentará uma queixa contra Rubiales com "a maior celeridade possível", afirma nota divulgada pela Promotoria. De acordo com as leis espanholas, casos envolvendo acusações de natureza sexual devem ser denunciados na Justiça pela própria vítima.

"Ela deu o passo exigido por lei para investigar e julgar o caso. Agora é o Estado que deve estar à altura, e estará. Temos as leis necessárias e uma Promotoria que já demonstrou seu compromisso com a igualdade e contra a violência machista", escreveu no Twitter a delegada do governo espanhol contra a violência de gênero, María Victoria Rosell.

As penas por beijos à força na Espanha variam de multas até quatro anos de prisão, explicou a Promotoria.

Rubiales se tornou alvo de condenação internacional por forçar o beijo sem o consentimento de Hermoso durante a entrega das medalhas às campeãs mundiais em Sidney, na Austrália.

A jogadora de 33 anos disse posteriormente que se sentiu "vulnerável e vítima de uma agressão" ao ser beijada pelo dirigente. Ela descreveu o gesto como "um ato impulsivo, machista, fora de lugar e sem nenhum consentimento de minha parte".

Rubiales, por sua vez, se diz vítima de um "linchamento político e midiático sem precedentes".

Suspenso pela Fifa

No final de agosto, a Fifa, órgão máximo do futebol mundial, determinou a suspensão provisória de Rubiales de todas as atividades relacionadas com o futebol "em nível nacional e internacional".

A suspensão "estende-se por um período inicial de 90 dias e enquanto tramitar o processo disciplinar aberto por esta Comissão Disciplinar contra o senhor Luis Rubiales", anunciou a entidade em comunicado. O dirigente havia se recusado a renunciar à Presidência da RFEF.

O presidente da Comissão Disciplinar da Fifa, o colombiano Jorge Iván Palacio, emitiu duas diretivas adicionais "através das quais ordena que Luis Rubiales se abstenha, ele próprio ou através de terceiros, de contatar ou tentar contatar Jennifer Hermoso, a fim de preservar, entre outros fatores, os direitos fundamentais da jogadora".

A Fifa reiterou "seu compromisso absoluto em respeitar a integridade de todas as partes envolvidas e condena com o maior vigor todos os comportamentos contrários".  

O Tribunal Administrativo de Esportes da Espanha também estuda abrir um procedimento disciplinar contra Rubiales. A seleção masculina da Espanha rechaçou publicamente o que chamou de "comportamentos inaceitáveis" do dirigente.

A RFEF anunciou nesta semana a demissão do técnico da seleção feminina Jorge Vilda, fechando ainda mais o cerco a Rubiales.

rc (AFP, DW)