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G8

6 de junho de 2007

Protestos violentos nas ruas e duelos escancarados nos círculos de poder: o encontro de cúpula do G8 na Alemanha não começa exatamente com a tranqüilidade do cenário onde se realiza.

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Merkel e Bush em Heiligendamm: troca de amabilidadesFoto: AP

No lugar do romantismo vendido pelo cartão postal e da brisa de verão, um ar de Guerra Fria sopra sobre a costa do Mar do Norte. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, anuncia que pretende costurar uma aliança praticável em prol da proteção do meio ambiente e contra a pobreza no mundo.

Sob a ameaça de um enfrentamento entre a Rússia e os EUA, Merkel recebe, nesta quarta-feira (6/6), os chefes de Estado e governo das principais potências mundiais e membros do G8. Aproximadamente 16 mil policiais cuidam, até a próxima sexta-feira (8/6), da segurança dos participantes.

Otimismo

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Ativista corta cerca de arame farpado que protege área onde acontece cúpula do G8Foto: AP

"Penso que, se trabalharmos mais um pouco, teremos boas chances de chegar a posições comuns", declarou Merkel pouco antes do início do encontro no balneário Heiligendamm. A conversa com o presidente norte-americano George Bush foi descrita pela chanceler federal alemã como "muito boa a bem-sucedida".

A troca de amabilidades foi mútua. Bush elogiou, por sua vez, a capacidade de liderança de Merkel como anfitriã do encontro e afirmou seu "forte desejo" de chegar a uma regulamentação pós-Protocolo de Kyoto.

Bush continua, no entanto, rejeitando um limite determinado para a emissão de poluentes. Segundo a estimativa do premiê britânico, Tony Blair, os EUA estão "se mexendo" nesse sentido. De acordo com o jornal The Guardian, o fato de o governo norte-americano ter pelo menos reconhecido que o aquecimento global é causado pelo homem já é um primeiro passo.

Necessidade de decisões

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Emissão de poluentes: ponto polêmicoFoto: AP

O ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, reclama dos chefes de Estado e governo presentes uma posição clara em relação à questão climática. "Com chá das cinco e troca de amabilidades não vai se fazer nada em prol do clima", declarou o ministro ao diário alemão Frankfurter Rundschau.

No fim do encontro em Heiligendamm, afirmou Gabriel, seria necessário um acerto coeso entre os chefes de governo presentes, a fim de limitar em 50% a emissão de poluentes até 2050 e dar início a um acordo que deverá suceder o de Kyoto.

A conferência do G8 começa oficialmente apenas na noite desta quarta-feira, com um jantar que reúne todos os chefes de Estado e governo presentes no castelo Hohen Luckow, a 25 quilômetros ao sul de Heiligendamm. Os primeiros encontros oficiais só têm início na quinta-feira. Na sexta, vão comparecer ao encontro também os chefes de governo dos principais países emergentes, como Brasil, México, Índia e China.

Várias questões

Além da questão relativa ao clima, há ainda vários assuntos polêmicos a serem debatidos no encontro, como a intenção dos EUA de instalar um escudo de defesa antimíssil nos países do Leste Europeu, a autonomia do Kosovo, o montante de recursos globais a serem investidos no combate à Aids e o debate em torno de uma maior transparência dos fundos de hedge. (sv)