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ConflitosItália

Em Kiev, Meloni diz que Roma não hesitará em apoiar Ucrânia

22 de fevereiro de 2023

Premiê italiana de ultradireita buscou reafirmar suporte ao país invadido pela Rússia. Sua coalizão está rachada sobre o tema, e na semana passada Berlusconi culpou Zelenski pelo conflito.

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Zelenski aponta caminho para Meloni em sala
Meloni e Zelenski concederam entrevista coletiva conjunta à imprensaFoto: GLEB GARANICH/REUTERS

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, visitou Kiev nesta terça-feira (21/02) e afirmou que Roma "não irá hesitar" em seu apoio à Ucrânia.

"Queria fazer isso [visitar Kiev] para reiterar o total apoio da Itália à Ucrânia diante da agressão russa, para reiterar que a Itália não pretende hesitar", disse Meloni durante uma entrevista coletiva ao lado do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

A líder italiana também visitou Irpin e Bucha, duas cidades nos arredores de Kiev que foram devastadas durante a tentativa fracassada da Rússia de tomar a capital no ano passado. "É diferente ver isso com os próprios olhos. Farei todo o possível para contar a todos os italianos o que vi", disse.

A Itália, membro da Otan, já forneceu apoio financeiro e armas para a Ucrânia, e no início do mês concordou em enviar sistemas móveis de mísseis terra-ar desenvolvidos em conjunto com a França.

Meloni disse ainda que o envio de caças à Ucrânia não está "sobre a mesa" no momento e é uma decisão a ser tomada "em consulta com parceiros internacionais".

Divergência na direita italiana

Meloni tomou posse em outubro e lidera o partido de ultradireita Irmãos da Itália, que governa o país em coalizão com outro partido de ultradireita, a Liga, de Matteo Salvini, e o partido populista de direita Força Itália, de Silvio Berlusconi.

Há divergência entre esses três partidos sobre como lidar com a Rússia, e Meloni vem buscando se distanciar quanto ao tema de seus parceiros de coalizão.

Zelenski criticou nesta terça-feira declarações anteriores de Berlusconi, que há anos tem uma relação pessoal com o presidente russo, Vladimir Putin.

"Sr. Berlusconi (...) sua casa nunca foi bombardeada diariamente com mísseis, suponho. E graças a Deus seu parceiro da Rússia não entrou em seu quintal com um tanque e não destruiu sua família e amigos", disse Zelenski.

Berlusconi afirma que Moscou não tem culpa pela guerra, e na semana passada disse que o responsável pelo conflito seria Zelenski, que deveria, segundo ele, "ter parado de atacar as duas 'repúblicas autônomas' do Donbass".

Logo em seguida, o gabinete de Meloni respondeu enfatizando seu apoio "firme e comprometido" à Ucrânia.

Salvini, que exerce o cargo de vice-primeiro ministro italiano, também já fez elogios a Putin e no passado até vestiu uma camiseta com o rosto do presidente russo.

bl (AFP, Reuters)