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Copa de 2014 no Brasil promete ser a mais sustentável

Magali Moser6 de julho de 2013

Ações incluem certificação e gestão sustentável das arenas, redução de emissões de gases de efeito estufa, além de preocupações com resíduos e reciclagem.

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Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images

O Brasil quer promover uma "Copa verde" em 2014. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou ano passado um relatório com recomendações ao Brasil e à Fifa para tornar os megaeventos esportivos mais verdes. A intenção é garantir que as arenas brasileiras tenham um padrão adequado de incorporação de práticas de construção e gestão sustentáveis, certificadas por meio de selo reconhecido internacionalmente.

De acordo com o presidente da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade, ligada aos ministérios dos Esportes e Meio Ambiente, Cláudio Langone, o governo brasileiro trabalha desde 2009 para isso. "Os projetos prioritários incluem a certificação e gestão sustentável das arenas, redução de emissões de gases de efeito estufa, além de preocupações com resíduos e reciclagem", diz ele.

Todas as arenas da Copa 2014 passam por um processo de certificação de construção sustentável, que incorporam questões como o reaproveitamento do material de demolição dos estádios na própria construção, além do uso de materiais de construção certificados, eficiência energética, ventilação natural e iluminação suficiente.

Apesar das tentativas de promover um evento com impacto ambiental reduzido, entidades de defesa do meio ambiente questionam a aplicação da sustentabilidade.

"Acredito que a Copa 2014 terá avanços de sustentabilidade, mas não será sustentável. O mais importante é o legado que deixaremos para depois desse período, o que poderemos aprender com ele", ressalta o diretor de conteúdo da ONG EcoDesenvolvimento, Fábio Góis.

Ele acredita que a Copa não será totalmente sustentável em decorrência da falta de planejamento que poderia acontecer desde 2007, quando ela foi anunciada no país. "E depois de 2014? Minha grande preocupação é que essas inquietações acabem", observa.

Conscientização social

Fußball WM 2014 Brasilien England Fans
ONGs esperam que mundial de futebol deixe um legado ambiental e social para o BrasilFoto: Christophe Simon/AFP/Getty Images

A Copa do Mundo de 2014 promete servir também para despertar a população sobre o papel social de cada um. Pelo menos é isso que propõem entidades como a força-tarefa intitulada Tá na Copa e a organização internacional Ashoka.

Fernanda Cabral, do movimento Imagina na Copa, resolveu aproveitar a expressão pessimista que se espalhou na internet como impulso. "O nome do projeto vem do fato de que existe muito negativismo em torno da Copa. Nossa construção foi assim: vamos imaginar que vai dar certo", argumenta.

O grupo pensa na Copa como um chamado para uma atuação transformadora, um despertar para o poder de transformação de cada um. "Pretendemos que mais pessoas se enxerguem como agentes de transformação e contribuam para mudanças sociais positivas. Não é sobre um problema específico, mas o que cada um dos jovens sensibilizados acredita."

Outro movimento criado para isso é o Ashoka, cuja intenção é inspirar as pessoas a se tornarem agentes de mudança. A organização internacional quer promover eventos esportivos e sensibilizar as pessoas sobre o potencial de trazer um legado que fique após a realização dele. Com essa intenção, a entidade promove a campanha: Que legado social da copa você deseja para o Brasil?

Pontos do planejamento sustentável da Copa

A Câmara Temática de Sustentabilidade estabelece alguns dos elementos fundamentais para promover uma Copa Sustentável em 2014:

Arenas - por decisão do governo brasileiro, todos os estádios sede da Copa 2014 passam por um processo de certificação em construção sustentável.

Clima - será feito um inventário da pegada de carbono nas cidades sede e definidos planos de mitigação e compensação das emissões geradas pelo evento.

Resíduos - busca-se uma estratégia combinada com a implementação da lei da política nacional de resíduos no país, com envolvimento dos catadores de materiais recicláveis. O governo apoia por meio do BNDES a estruturação da coleta seletiva nas cidades-sede.

Parques - será escolhida unidade de conservação por bioma, já que a Copa compreenderá todos os biomas brasileiros.

Orgânicos e Sustentáveis - será lançada uma campanha nacional de consumo consciente e ampliada a oferta de produtos orgânicos e sustentáveis.

Passaporte verde - estratégia de conscientização e informação ao turista sobre práticas sustentáveis e destinos ecologicamente adequados.

Compras e Contratações Sustentáveis - incentivo para negócios sustentáveis envolvendo as compras e contratações, procurando aproximar fornecedores e compradores potenciais com foco nos negócios verdes.