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Champions League: viagem ao passado para Bayern e Dortmund

17 de dezembro de 2019

Enquanto Bayern enfrentará nas oitavas de final seu carrasco de 2012, Dortmund se depara com antigo técnico. Desde 2013, nenhum clube alemão conseguiu chegar a uma final do torneio.

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Manoel Neuer
Manoel Neuer jogou na decisão da Champions em 2012, quando Bayern perdeu nos pênaltisFoto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe

Depois do sorteio das oitavas de final da Champions, Manoel Neuer certamente se lembrou do fatídico finale dahoam (final em casa no dialeto bávaro) contra o Chelsea em 2012. Naquela noite de maio o clube londrino ousou dar um ponto final nos sonhos bávaros de levantar a taça na sua arena. Venceu por 4 a 3 na cobrança de pênaltis.

Do elenco daquela decisão sobraram apenas quatro jogadores: Manuel Neuer, Jérôme Boateng, David Alaba e Thomas Müller. O primeiro a se manifestar sobre o resultado do sorteio foi o capitão Neuer que se limitou a declarações de praxe.  "Felizes por jogarmos em Londres. Chelsea é uma equipe perigosa. Precisamos jogar superconcentrados".

Fora as amenidades que jogadores e dirigentes de clubes costumam dizer nas entrevistas protocolares, não se pode negar que, para o Bayern Munique e Borussia Dortmund, o resultado do sorteio representa uma volta ao passado.

Depois da final perdida há sete anos e meio, o heptacampeão alemão vai se encontrar pela primeira vez com o seu carrasco de 2012. O diretor de esportes, Hasan Salihamidzic, se mostrou confiante: "Considerando o elenco que temos, somos favoritos", disparou. Neuer concorda, cheio de confiança: "A turma de Londres que se prepare".

Se depender de preparo, o Chelsea está bem servido. Seu treinador atende pelo nome de Frank Lampard que, não por acaso, foi o capitão dos Blues na final histórica em Munique e teve papel preponderante naquele triunfo ao converter friamente sua cobrança na decisão por pênaltis. 

Não é apenas o Bayern que vai revisitar o seu passado, mas o Dortmund também. O time de Lucien Favre enfrentará o Paris Saint-Germain de Thomas Tuchel, treinador que em 2017 esteve no comando técnico dos auri-negros. Naquele mesmo ano houve desentendimentos de dimensões gigantescas entre o principal executivo Hans-Joachim Watzke e Tuchel. A corda acabou roendo pelo lado do mais fraco e o técnico foi demitido apesar de ter feito um bom trabalho no clube. Basta lembrar que venceu a Copa da Alemanha um dia antes de ser mandado embora.    

Michael Zorc, diretor de esportes do Dortmund, não se fez de rogado: "Vamos jogar contra o Paris Saint-Germain de Neymar e Mbappé e não contra Thomas Tuchel. Vou apenas cumprimentá-lo normalmente". Suas declarações minimalistas sobre a persona non grata, na qual se transformou o jovem técnico para os auri-negros, foram acompanhadas e endossadas pelo chefão Watzke. Interessante notar ainda que em todos os comunicados oficiais posteriores do clube sobre as oitavas de final com o PSG, o nome de Tuchel nenhuma vez foi mencionado. 

Enquanto o time de Paris venceu o seu grupo soberanamente à frente do Real Madrid, o Dortmund precisou de uma ajuda amiga do Barcelona que com seu time B venceu a Inter de Milão na última rodada.

O bilionário elenco do PSG nada de braçada no campeonato francês, mas na Champions League continua devendo. Nas três últimas edições da competição foi eliminado sempre nas oitavas de final. A última vez, já sob o comando de Tuchel, sucumbiu diante do Manchester United em março deste ano.

A missão do jovem técnico alemão é levar o PSG à conquista da "orelhuda", caso contrário, sua cadeira, mais cedo ou mais tarde, vai começar a balançar perigosamente. Fonte segura informa que Tuchel não está preocupado, mesmo porque, o seu nome começa a aparecer de novo no radar do Bayern.

O terceiro representante alemão no mata-mata do torneio é o Leipzig, atual líder na tabela da Bundesliga. Sob o comando de Julian Nagelsmann, o time encara as oitavas de final pela primeira vez. Há dois anos, o clube tinha sido eliminado já na fase de grupos.

O Leipzig viaja a Londres para enfrentar o finalista da temporada passada – o Tottenham. Será também o encontro da juventude atrevida de Nagelsmann com a vasta experiência internacional de Mourinho.

Desde a decisão em 2013, entre Bayern e Dortmund, nenhum clube alemão conseguiu chegar a uma final da Champions. Os alemães terão agora a oportunidade de se reabilitar da fracassada campanha de 2018/2019 quando Bayern, Dortmund e Schalke foram eliminados logo na primeira rodada do mata-mata por clubes ingleses.

A expectativa é que desta vez tenham melhor sorte, mas que será uma parada dura, isso será.

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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no TwitterFacebook e no site Bundesliga.com.br

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