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Alemanha vai restringir voos de ministros em aviões oficiais

9 de março de 2019

Apenas a chanceler, o presidente e alguns poucos membros do governo terão prioridade no uso de aeronaves da Força Aérea. Maior parte dos ministros terá que recorrer a voos comerciais.

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Merkel auf Reisen Flugzeug
Em novembro, Merkel chegou atrasada à reunião do G20 após seu avião apresentar problemas e a Força Aérea alemã não conseguir oferecer uma aeronave substituta Foto: picture alliance/dpa/R.Jensen

Apenas alguns poucos ministros da Alemanha terão a oportunidade de agora em diante de viajar nas aeronaves oficiais da frota do governo, segundo a revista Der Spiegel.

De acordo com a publicação, o Ministério da Defesa alemão planeja garantir a prioridade do uso dos aviões para a chanceler federal, o vice-chanceler, o presidente da República e os ministros do Interior e das Relações Exteriores, A Força Aérea alemã confirmou os planos revelados pela revista.

O plano ainda inclui sempre disponibilizar uma aeronave reserva sempre que a chanceler federal Angela Merkel ou o presidente Frank-Walter Steinmeier viajarem – para o caso do avião principal apresentar problemas.

Segundo o documento do Ministério da Defesa, o novo foco significa que haverá "cancelamentos significativos para pessoas autorizadas de baixa prioridade”.

Assim, com menos aeronaves disponíveis, a maior parte dos ministros do gabinete de Merkel precisará frequentemente viajar em aeronaves comerciais, prevê o documento. Ao todo, o governo alemão conta com 15 ministérios. Como o vice-chanceler, Olaf Scholz, também acumula a pasta das Finanças e os ministérios do Interior e das Relações Exteriores foram considerados prioritários, isso significa que será mais comum ver os 12 ministros restantes em voos comerciais. 

A medida foi tomada como resposta a uma série de problemas técnicos nas aeronaves do governo alemão nos últimos meses, que acabaram provocando notícias negativas sobre o estado dos aviões e a organização dos voos.

Em novembro, Merkel chegou com atraso ao encontro do G20 na Argentina depois que seu voo teve que fazer um pouso inesperado no oeste da Alemanha pouco depois de decolar de Berlim por causa de uma pane. Como o restante das aeronaves estava no exterior servindo a outros ministros e não havia um avião reserva, a chanceler foi obrigada a seguir em um voo comercial da companhia Iberia.

Em fevereiro, foi a vez do ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas enfrentar um problema similar quando retornava da Indonésia. Em janeiro, o presidente Frank-Walter Steinmeier também enfrentou uma pane durante uma viagem à Etiópia.

Nem todos os membros do ministério ficaram satisfeitos com as novas medidas, segundo a Der Spiegel.

"Para cumprir minhas obrigações em aproximadamente 80 países parceiros na África, Ásia e América Latina, é muito difícil e, em alguns casos, nem mesmo possível voar em aeronaves comerciais", disse o ministro do Desenvolvimento Internacional, Gerd Müller.

O ministro contou que recentemente teve que limitar boa parte do itinerário de uma viagem que fez ao México por causa das limitações dos voos comerciais. O ministro também planejava visitar o Brasil, Haiti, Colômbia e Equador durante a viagem, mas teve que cortar essas etapas.

Müller ainda afirmou que compreende que a prioridade deve ser dada à chanceler e ao presidente, mas criticou que o uso pelos ministros não tenha levado em conta a importância e natureza das viagens, e sim "um hierarquização ultrapassada dos ministérios”.  

Em fevereiro, diante da divulgação das panes regulares, a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, anunciou que o governo alemão vai comprar três novas aeronaves Airbus A350, que têm autonomia para voar longas distâncias. Só que a primeira aeronave só deve ser entregue a partir de 2021. A frota atual com maior autonomia inclui apenas dois A340, que têm quase 20 anos de uso e foram comprados de segunda mão da Lufthansa. A frota ainda inclui aeronaves com menor autonomia, como um A310 com mais de 30 anos e que pertenceu à Interflug, a extinta companhia aérea estatal da Alemanha Oriental.

JPS/ots

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