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ConflitosSudão

Sudão garante que não há mercenários do Grupo Wagner no país

EFE
30 de junho de 2023

"As forças da companhia militar privada Wagner não estão presentes no Sudão", assegura vice-presidente do Conselho Soberano sudanês, após visita à Rússia para falar "sobre o fim da guerra no Sudão".

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Tanque do exército sudanês em El Geneina, no Darfur, durante confrontos com as Forças de Apoio Rápido (FAR), a 16 de junhoFoto: AFP via Getty Images

O vice-presidente do Conselho Soberano do Sudão, principal órgão de poder no processo de transição no país, garantiu esta sexta-feira (30.06) que não há mercenários do Grupo Wagner na nação africana.

"As forças da companhia militar privada Wagner não estão presentes no Sudão. Estão presentes em vários outros países, no sul da Líbia, na República Centro-Africana e nos estados fronteiriços com o Sudão", disse Malik Agar durante uma conferência de imprensa por ocasião da sua visita à Rússia.

Agar destacou que o Exército sudanês "não tem relação" com as forças do grupo liderado pelo empresário Yevgeny Prigozhin, que incitou uma rebelião armada no último fim de semana, na Rússia, e recentemente também negou no seu canal no Telegram que os seus homens tenham estado presentes no Sudão.

Além disso, o representante sudanês assegurou que "não há confirmação" de que os mercenários do Wagner estejam ligados ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) do Sudão.

Sudan Flüchtlinge auf einem Lastwagen
Guerra no Sudão já forçou quase 3 milhões de pessoas a abandonar as suas casasFoto: AFP

"Não falámos sobre fornecimento de armas"

Agar esclareceu também que durante sua visita a Moscovo, onde se encontrou com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia,
Serguei Lavrov, no dia anterior, não pediu armas ao Kremlin.

"Conversámos sobre questões políticas, sobre o fim da guerra [no Sudão]. Não falámos sobre o fornecimento de armas e recebemos a promessa de que receberíamos apoio, ajuda humanitária. Acho que discutiremos questões militares após o fim desta guerra", enfatizou.

Nesse sentido, o vice-presidente do Conselho Soberano do Sudão considerou que a Rússia pode contribuir para a resolução do conflito.

"Nós recorremos a uma série de Estados que podem influenciar a situação do país e que influenciam a política internacional. Um desses países é a Rússia. A Rússia é uma grande potência que tem um grande papel no mundo, é um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e pode influenciar a situação", destacou.

A trégua iniciada na quarta-feira no Sudão tem sido constantemente violada, tal como tem acontecido desde o início do conflito entre as FAR e o Exército, a 15 de abril. O conflito no Sudão provocou o deslocamento interno e externo de quase 3 milhões de pessoas, enquanto mais de 1.173 civis morreram e 11.704 ficaram feridos, segundo a ONU.

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