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ConflitosÁfrica do Sul

Ramaphosa pede a Putin solução pacífica para a Ucrânia

Lusa | DPA | mjp
29 de julho de 2023

Numa reunião com o homólogo russo, o Presidente sul-africano afirmou que "o conflito na Ucrânia deve ser resolvido pacificamente" e insistiu na na retoma das exportações de cereais ucranianos através do Mar Negro.

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Foto: Sergei Bobylev/AP/dpa/picture alliance

O Presidente da África do Sul declarou que o conflito na Ucrânia deve ser resolvido de forma pacífica, durante um encontro dos membros de uma missão de paz africana com o chefe do Kremlin, noticiou este sábado (29.07) a imprensa russa.

"Acreditamos que o restabelecimento da paz é do interesse da Humanidade, assim como da Rússia e da Ucrânia. O conflito deve ser resolvido pacificamente", afirmou Cyril Ramaphosa ao Presidente russo, Vladimir Putin, durante a reunião realizada na sexta-feira no final dacimeira Rússia-África, divulgou hoje a agência de notícias oficial russa TASS.

África, sublinhou, vive dificuldades devido ao conflito na Ucrânia, com aumentos dos preços dos alimentos e dos fertilizantes: "Estamos interessados em que [o conflito] tenha um fim rápido."

Russland, Sankt Petersburg | Zweiter Wirtschafts- und humanitärer Gipfel 2023, Russland - Afrika
Moscovo organizou a segunda cimeira Rússia-África reunindo este ano delegações de 49 países africanos, incluindo 17 chefes de EstadoFoto: Maksim Konstantinov/Russian Look/picture alliance

Missão de paz africana

Ramaphosa afirmou que o encontro com o Presidente russo deu continuidade à missão de paz africana que em junho passado visitou a Rússia e a Ucrânia.

"Queremos desempenhar um papel ativo na busca de maneiras de resolver a crise ucraniana [...] e saber a sua reação às nossas propostas que foram delineadas na reunião anterior", disse a Putin.

A iniciativa de paz dos Estados africanos consiste em 10 pontos, entre os quais a desescalada do conflito, o fim da guerra por meios diplomáticos, o reconhecimento das soberanias de acordo com a Carta da Organização das Nações Unidas, e as garantias de segurança e liberdades dos navios de cereais que navegam pelo mar Negro.

Putin disse à delegação africana que a Rússia nunca se recusou a negociar e sempre afirmou que está pronta para o diálogo.

"Ao mesmo tempo, e isso também é bem conhecido, as autoridades de Kiev estabeleceram um marco regulatório especial, incluindo um decreto emitido pelo Presidente da Ucrânia [Volodymyr Zelensky] proibindo as negociações", disse Putin.

Portanto, acrescentou o Presidente russo, "a decisão está inteiramente com as autoridades ucranianas".

Afrika-Russland-Gipfel
Ramaphosa e Putin no encontro desta sexta-feira (28.07)Foto: Mikhail Metzel/TASS/AP/dpa/picture alliance

Países africanos não foram em busca de "cereais grátis"

Além de Ramaphosa, o encontro com Putin contou com a presença do atual presidente da União Africana (UA), Azali Assoumani; dos Presidentes do Egito, Abadefatah al-Sisi, da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso, do Senegal, Macky Sal, do Uganda, Yoweri Museveni; e do ministro dos Negócios Estrangeiros da Zâmbia, Stanley Kasongo Kakubo.

Na reunião, o Presidente sul-africano insistiu na retoma das exportações de cereais ucranianos através do Mar Negro, apelando à implementação do acordo suspenso por Moscovo, segundo uma transcrição do Kremlin divulgada na noite de sexta-feira.

No primeiro dia de trabalhos, na quinta-feira, Vladimir Putin comprometeu-se com entregas gratuitas de cereais a seis países africanos durante os próximos meses, num contexto de preocupação após o abandono por Moscovo do acordo sobre as exportações agrícolas ucranianas. 

Ramaphosa apontou a abertura do Mar Negro como uma necessidade para os mercados mundiais, frisando que os líderes africanos não foram a São Petersburgo para pedir doações, embora tenha agradecido a oferta do Presidente russo.

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