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Prisões de políticos acusados de corrupção divide Parlamento dos Camarões

21 de junho de 2012

A condenação por corrupção de cerca de uma dúzia de antigos colaboradores do Presidente Paul Biya divide o Parlamento dos Camarões. Afinal, criminosos ou vítimas políticas?

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A bank teller counts piles of old-style West African CFA Franc banknotes at a bank in Dakar, Senegal Monday, Sep. 13, 2004. French West Africa is engaged in a massive, eight-country campaign to retire more than 1 billion in euros (dollars) in aged, limp currency. (AP Photo/Ben Curtis)
Geldumtausch in WestafrikaFoto: AP

Deputados no Parlamento de Yaounde, a capital dos Camarões, estão a juntar a sua voz ao coro de protestos contra prisões, que consideram ser motivadas por expediente político.

É o caso de Joseph Banadzem, líder parlamentar da Frente Democrática Social na oposição, para quem há uma dimensão política na detenção e no tratamento dos personagens envolvidos.

O político conta que alguns que confessaram ter desviado dinheiro foram libertados. "Por isso, há aqui uma selectividade que levanta questões", avalia. Um caso evidente, segundo Banadzen, é o de Marafa "que foi preso porque anunicou que iria candidatar-se ás presidencias", revela.

Criminosos ou vítimas políticas?

Marafa Hamidou Yaya era o ministro para a administração territorial. Deputados como Joseph Banadzem dizem que os ex-colaboradores do Presidente formaram a aliança Generation Eleven, ou Geração Onze, para organizar a sucessão de Biya.

Presidente do país alterou a Constituição para se reeleger em 2011
Presidente do país alterou a Constituição para se reeleger em 2011Foto: AP

"O Geração Onze é um grupo que se constituiu antes das eleições presidenciais de 2011, porque pensavam saber que o Presidente não iria voltar a candidatar-se" explica. Mas este alterou a Constituição e depois desmembrou o grupo prendendo uma série de pessoas. "Alguns estão na prisão, outros escaparam", revela o deputado.

Cada vez mais, observadores acreditam que estas detenções foram políticas. Corrupção, tentativa de suborno e desvio de fundos destinados à aquisição de um avião presidencial são algumas das acusações levantadas contra ex-ministros.

É o caso de Marafa Hamidou Yaya, detentor da pasta da Administração Territorial, do antigo ministro das Finanças, Polycarp Abah Abah, do seu colega responsável pela Educação Básica, Adama, do ex-ministro da Saúde, Urbain Olanguena Awono, e do ex-chefe do Governo, Ephraim Inoni.

Ameaça à paz?

Os apoiantes dos detidos começam a fazer-se ouvir. O porta-voz do Governo dos Camarões, Issa Tchiroma Bakari, que detém a pasta da Comunicação, leva a questão muito a sério. "O povo está a ser enganado. Temos que nos defender" afirma.

Issa Tchiroma Bakari, ministro da Comunicação, diz que paz nos Camarões não é negociável
Issa Tchiroma Bakari, ministro da Comunicação, diz que paz nos Camarões não é negociávelFoto: Dr. Dirke Köpp

Para ele, a paz nos Camarões não é negociável. "Estamos preparados para nos unir para proteger e promover a paz. Estamos preparados para lutar até à última gota de sangue para proteger a paz", ameaça o ministro.

Joseph Mbah Ndam, membro do Parlamento dos Camarões, limita-se a dizer que o Presidente está em melhor posição para saber se a luta contra a corrupção é genuína.

"Tem que convencer o chefe máximo, o Presidenre da República. Ele é o primeiro magistrado do país e se a Justiça não funciona, então ele é o único responsável", pondera Mbah Ndam.

No último congresso do seu partido, o Presidente Paul Biya informou os seus adeptos e colaboradores que tencionava reforçar a luta contra a corrupção nos Camarões.

Autores: Edwin Moki/Cristina Krippahl
Edição: Cris Vieira/António Rocha

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