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Política alemã para a África Ocidental

2 de novembro de 2012

Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação para o Desenvolvimento alemães viajaram para a África Ocidental. Entretanto, Berlim prepara-se para a difícil tarefa de enfrentar o conflito no Mali.

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Ministro do Exterior Guido Westerwelle (esq.) em Dakar com o ministro da defesa do Senegal Augustin TineFoto: Getty Images

Ainda paira a dúvida se existe mesmo uma estratégia política do Governo Federal da Alemanha para a África Ocidental. Segundo o professor Ulf Engel, especialista em assuntos de África da Universidade de Leipzig, nunca houve até ao momento uma política coerente para os países da região. Até agora, altos ministérios e organizações de apoio ao desenvolvimento eram bastante ativas na África Ocidental e muitas vezes estes atores, em casos de dúvida, chegavam mesmo a concorrer entre si. "Por isso, eu vejo uma política fraca por parte da Alemanha tanto para a África Ocidental, como para o Leste da África", afirma o acadêmico.

África é importante para a Alemanha

Quando se pensa numa rota de fuga para os ministros responsáveis pela política externa alemã e pela política de desenvolvimento, tem-se a impressão de que a África Ocidental, no mínimo, ganhou um maior significado na agenda de compromissos do governo alemão. O ministro alemão para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Dirk Niebel, viajou no último domingo (28.10) para os Camarões e permaneceu na região uma semana inteira cumprindo uma agenda de encontros. O seu colega de partido, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, viajou para encontros no Mali e no Senegal. Na Nigéria aproveitou para se encontrar com o seu homólogo nigeriano, Olugenga Ashiru. Na agenda estava também uma visita à sede da Comunidade Econômica da África Ocidental (CEDEAO), em Abuja. Na região, representantes dos 15 países-membros da coalizão discutem uma intervenção militar no Mali.

Bundesentwicklungsminister Dirk Niebel Bundesaußenminister Guido Westerwelle
Guido Westerwelle (esq.)com ministro alemão para a Cooperação Económica e Desenvolvimento, Dirk NiebelFoto: picture-alliance/dpa

Mali preocupa a Alemanha

O Mali é basicamente o país que desperta atualmente uma maior atenção alemã na África Ocidental. Desde abril de 2012, o país na região do Sahel se fragmentou já que grupos radicais pretendem formar um Estado islâmico no Norte do Mali. Devido à ausência do Estado, grupos armados fora da lei também se fixaram na área. Eles aproveitaram o vácuo de poder na sequência do golpe de Estado e, juntamente com os rebeldes tuaregues, assumiram o controle sobre o norte do Mali. No final, os grupos radicais acabaram expulsando os aliados Tuaregues de todas as grandes cidades e controlaram, com a ajuda de traficantes de drogas e de armas, quase dois terços do país. Após longo tempo de hesitação, CEDEAO, governo do Mali e Conselho de Segurança da ONU definiram uma intervenção internacional no Norte do Mali. Até meados de novembro, os Estados vizinhos do Mali devem chegar a um acordo quanto ao plano de intervenção.

Islamisten Bewegung Jihad in West Afrika
Membros do Movimento pela Unidade e pela Jihad na África Ocidental (MUJAO) em Gao no MaliFoto: Getty Images

Apoio para estabilização do Mali

De acordo com, Cornelius Vogt, da Sociedade Alemã para as Relações Exteriores, as negociações que envolvem a questão estão no centro da viagem de Guido Westerwelle à Nigéria. "É certo que a visita serve para perceber a vontade dos atores regionais em seguir a ideia e deixar claro também como o governo alemão avalia tudo isto. Uma intervenção militar só poderá ser bem-sucedida se já estiver definido que se vai apoiar realmente o governo do Mali.", afirma. A União Européia planeia apoiar o exército do Mali em temos logísticos e de treinamento militar. No entanto o envio de um contingente militar europeu para combater na região não está nos planos.

Militär Konferenz Mali
Bamaco, 30 de outubro de 2012 - Militares participam numa reunião para discutir a crise no MaliFoto: Reuters

Autor: Peter Hille/Márcio Pessoa
Edição: Carla Fernandes / António Rocha

Política alemã para a África Ocidental