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ConflitosLíbano

Médio Oriente: Escalada da violência à vista

AFP | EFE | Lusa | ms
4 de janeiro de 2024

Secretário de Estado norte-americano vai a Israel discutir a crise no Médio Oriente, quando se teme que o conflito Israel-Hamas se transforme numa guerra regional. Ataque bombista de ontem no Irão fortalece esse receio.

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Iran Kerman | Tote nach Explosionen
Foto: Tasnim News Agency/AP/picture alliance

A vista do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, acontece 24 horas após duas explosões terem matado pelo menos 95 pessoas no Irão, quando uma multidão comemorava o quarto aniversário do assassinato do general Qassem Soleimani, que foi morto num ataque dos EUA ordenado pelo antecessor do Presidente Joe Biden, Donald Trump.

Até agora, ninguém reivindicou a responsabilidade do que parece ser o atentado à bomba mais mortífero contra o Irão desde a Revolução Islâmica de 1979. Os líderes iranianos prometeram punir os responsáveis pelas explosões, que feriram pelo menos 211 pessoas.

O Presidente do irão, Ebrahim Raisi, condenou o ataque e ameaça: "Aviso o regime sionista: sem dúvida que, por este e por outros crimes que cometam, pagarão um preço de que se arrependerão profundamente. Uma enorme multidão está a deslocar-se para o túmulo sagrado de Qassem (Soleimani) nestes dias e vocês tentam assustar as pessoas com um ato bárbaro".

"Agora que não conseguem dominar a resistência e que o vosso poder perdeu a eficácia contra as forças da resistência, vêm atrás das pessoas inocentes? Saibam que, em troca deste crime horrível, vão pagar um preço elevado", questiona Raisi.

USA US-Außenminister Antony Blinken spricht während seiner Pressekonferenz zum Jahresende
Antony Blinken, secretário de Estado norte-americanoFoto: ROBERTO SCHMIDT/AFP

Escalada da violência à vista

Os Estados Unidos negaram o seu envolvimento ou o de Israel, com um alto funcionário da administração Biden a dizer que parecia ser um "ataque terrorista" na linha dos levados a cabo pelo grupo extremista Estado Islâmico, que se opõe firmemente ao Irão, de maioria xiita.

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, diz não ter muitos detalhes: "Não estamos numa fase em que tenhamos muitos pormenores sobre este atentado. Certamente que os nossos corações estão com todas as vítimas inocentes e com os seus familiares. Mas não temos mais pormenores sobre o que aconteceu ou sobre quem poderia ser responsável por ele."

A morte do segundo líder político do Hamas, em Beirute, capital do Líbano, na terça-feira (02.01), é tida como um passo para uma escalada significativa da guerra de Israel contra o Hamas e aumenta o risco de um conflito mais vasto no Médio Oriente.

Saleh Al-Arouri era o adjunto do líder político supremo do Hamas, Ismail Haniyeh, e dirigia o grupo na Cisjordânia. O chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, descreveu o ataque como um "ato terrorista" e acusa o Israel: "Afirmamos que o assassinato pela ocupação sionista do irmão, do grande líder nacional, Sheikh Saleh Al-Arouri, e dos seus companheiros dirigentes do movimento e dos seus quadros em solo libanês é um ato terrorista de pleno direito, uma violação da soberania do Líbano e uma expansão do círculo da sua agressão contra o nosso povo e a nossa nação, e a ocupação nazi-sionista é responsável pelas suas repercussões."

Nahostkonflikt - Nasrallah spricht - Hisbollah-Führer Sayyed Hassan Nasrallah
Sayyed Hassan Nasrallah é o líder do Hezbollah, grupo pró-iraniano e aliado do HamasFoto: Al Manar TV/AP/picture alliance

Hezbollah ameaça lutar "sem limites e sem regras"

Saleh Arouri foi a figura mais importante do grupo Hamas morta desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há quase três meses. O Hamas confirmou que Arouri foi morto juntamente com seis outros membros do grupo, incluindo dois comandantes militares.

Desde o início do conflito em Gaza, os libaneses temem que o seu país possa ser envolvido numa guerra total.

Por seu turno, o líder do Hezbollah ameaçou que o grupo xiita libanês lutará "sem limites e sem regras" se Israel declarar guerra ao Líbano. Sayyed Hassan Nasrallah, líder do grupo pró-iraniano e aliado do Hamas, não anunciou nenhuma ação concreta de retaliação ao primeiro ataque atribuído às forças de Telavive em Beirute desde o início do conflito com o Hamas, a 7 de outubro de 2023.

"Há três meses, e falemos apenas de Gaza, três meses em Gaza, que não há vitória, nem decisiva, nem rápida, nem clara, nem óbvia. Além disso, ninguém na entidade sionista afirma ter uma imagem da vitória até à data. Na terça-feira à noite, tentaram dar uma imagem de vitória através do assassínato do Xeque Saleh", disse. 

O Hezbollah e Israel travaram uma guerra de um mês em 2006, quando os bombardeamentos israelitas causaram grande destruição no sul do Líbano.

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