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MDM responsabiliza órgãos eleitorais "pela crise"

27 de outubro de 2023

O MDM, terceiro maior partido de Moçambique, acusa os órgãos eleitorais de serem "responsáveis pela crise” no país, classificando aquelas entidades como "braço direito" da FRELIMO, partido no poder.

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Lutero Simango, líder do MDM (foto de arquivo)Foto: Marcelino Mueia/DW

"Queremos aqui dar toda a culpa à CNE [Comissão Nacional de Eleições] e ao STAE [Secretariado Técnico de Administração Eleitoral]", porque "são os verdadeiros responsáveis pela crise eleitoral que se vive em Moçambique", disse Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

Simango falava durante uma conferência de imprensa de reação ao anúncio, na quinta-feira (26.10), dos resultados das eleições autárquicas de 11 de outubro pela CNE. O líder do MDM exigiu ao Conselho Constitucional, órgão que deve validar e proclamar os resultados eleitorais, que "reponha a verdade eleitoral", para que o escrutínio tenha "credibilidade".

Lutero Simango defendeu igualmente a profissionalização dos órgãos eleitorais, acusando estas entidades de serem controladas pela FRELIMO. "O nosso Estado é totalmente dominado pela FRELIMO" e deve deixar de ser "refém" do partido no poder, prosseguiu.

Oposição moçambicana espera reposição da "verdade eleitoral"

Tensão em Maputo

Esta sexta-feira viveram-se momentos de tensão nas ruas de Maputo. A polícia interrompeu uma marcha pacífica da RENAMO. Em resposta, os manifestantes montaram barricadas em algumas das principais avenidas no centro da cidade, queimaram pneus e troncos de árvore. O comércio fechou.

A secretária-geral da RENAMO, Clementina Bomba, criticou a atitude da polícia e reiterou que as manifestações deverão continuar: "Aqui e agora, voltamos a convocar a todos os moçambicanos a continuarem com as manifestações pacíficas em todo o país para exigir a verdade eleitoral, o respeito à vontade dos moçambicanos e a reposição de resultados justos", declarou.

O maior partido da oposição em Moçambique reivindica a vitória na capital e em outras grandes cidades, nas eleições autárquicas, embora os resultados oficiais deem a vitória à FRELIMO.

Polícia dispara gás lacrimogéneo contra apoiantes da RENAMO

Clementina Bomba apontou a CNE e o partido no poder como os culpados da insatisfação popular.

"Sabemos que os inimigos da paz e reconciliação vão usar a polícia e as armas para reprimir e assassinar as nossas populações, mas não se pode tapar o sol com a peneira", concluiu.

Artigo atualizado às 21:20 (CET) de 27 de outubro de 2023.