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ConflitosTerritório Ocupado da Palestina

Israelitas e palestinianos acusam-se mutuamente de genocídio

Lusa
4 de dezembro de 2023

Representantes israelitas e palestinianos trocaram, esta segunda-feira, acusações no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra.

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Gazastreifen Ausweitung der Bodenoffensive auf den Süden
Foto: Mohammed Salem/REUTERS

"Os ataques do Hamas de 7 de outubro foram motivados por uma ideologia genocida", disse, esta segunda-feira, na sede da ONU em Genebra, Yeela Cytrin, conselheira jurídica da missão israelita.

Dirigindo-se também aos diplomatas reunidos em Genebra, na véspera do 75.º aniversário da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, a diplomata palestiniana Dima Asfour referiu-se, por sua vez, a uma catástrofe resultante dos bombardeamentos massivos e da ofensiva terrestre do Exército israelita na Faixa de Gaza, que constituem "um caso clássico de genocídio".

A Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, adotada em 09 de dezembro de 1948 pela Assembleia-Geral da ONU, foi o primeiro tratado dedicado aos direitos humanos na história das Nações Unidas, antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Foi adotado no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, destacando o horror do Holocausto e a obrigação de se prevenir e punir atos genocidas.

Nahostkonflikt | Bodenoffensive der israelischen Armee im Gazastreifen
Após trégua de sete dias na Faixa de Faza, confrontos regressaram na sexta-feira passada Foto: IDF/Xinhua/picture alliance

"Setenta e cinco anos depois, os judeus ainda são alvo de ataques e ainda sentem a violência do antissemitismo e o ódio aos judeus", disse Yeela Cytrin, acrescentando que o "Hamas e os seus apoiantes encorajam a erradicação do povo judeu nas redes sociais há anos".

"Mesmo antes de os corpos das vítimas de 07 de outubro arrefecerem, o antissemitismo explodiu tanto 'offline' como 'online'", prosseguiu.

Já numa referência à convenção adotada pela ONU há mais de sete décadas, a diplomata palestiniana afirmou que "os sinais de alerta de genocídio devem levar-nos a agir".

"Nas últimas oito semanas, depois de transmitir publicamente apelos genocidas, Israel começou a lançar toneladas de explosivos em Gaza com enorme poder destrutivo", declarou a representante.

Dima Asour lamentou ainda "uma vasta campanha de repressão digital, incluindo desinformação, censura, assédio 'online' e proibição" nas redes sociais, com o objetivo de silenciar as vozes palestinianas.

A representante apelou "às empresas tecnológicas e às redes sociais para que tomem medidas imediatas para proteger os seus utilizadores dos danos 'online' à luz do genocídio que está a ocorrer na Palestina".

"Genocídio horrível", diz Irão

O representante do Irão disse, por seu turno, que Israel foi o autor de um "genocídio horrível" contra os palestinianos, enquanto representantes de outros países muçulmanos acusaram os líderes israelitas de "incitamento ao genocídio".

Israel e o Hamas cessaram as hostilidades durante uma semana no âmbito de uma tréguamediada por Qatar, Egito e Estados Unidos, mas os confrontos regressaram na sexta-feira passada após falta de entendimento para prorrogar o acordo.

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