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Angola/RDC: Transportadores em greve para baixar os preços

9 de fevereiro de 2024

Transportadores rodoviários de mercadorias angolanos queixam-se das altas taxas aduaneiras na RD Congo. Dizem que vão em entrar em greve em nome das populações, que são quem paga essas taxas, ao comprar os produtos.

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Foto de arquivo - Estrada em Malanje, Angola
Foto: Nelson Camuto/DW

Em Angola, os transportadores rodoviários de mercadorias no corredor logístico Luanda-Luvo-Noqui e a República Democrática do Congo (RDC) prometeram iniciar, este sábado (10.02), uma paralisação por tempo indeterminado.

A paralisação irá acontecer no posto de contenção aduaneiro de Nkoko, na província do Zaire, zona fronteiriça com a República Democrática do Congo.

Em declarações à DW, o presidente da direção executiva da Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (ATROMA), António Gavião Neto, apela à sensibilidade das autoridades congolesas para reduzir as taxas aduaneiras e ajudar a aliviar a bolsa dos consumidores.

DW África: O que motiva esta paralisação?

António Gavião Neto (AGN): A divergência entre os preços aduaneiros em Angola e na RDC. Só para lhe dar um pequeno exemplo: Angola cobra aos transportadores congoleses (em território angolano) o equivalente a 100 dólares por camião em direitos alfandegários, mas a RDC cobra 4.000 dólares por camião. Nós estamos a lutar para haver reciprocidade [e aproximar esse valor do angolano].

DW África: E essa paralisação deverá ter um grande impacto, principalmente na província de Cabinda, que é o destino de 70% das mercadorias transportadas nesse corredor...

AGN: A população já está a sentir um impacto, tendo em conta o preço alto da cesta básica. O que nós estamos a fazer é [lutar] para ver esse preço a baixar.

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DW África: Depois de anunciarem a paralisação, tiveram uma reação das autoridades angolanas ou da RDC?

AGN: Levámos este assunto às autoridades angolanas, que ficaram preocupadas, e deslocámo-nos três vezes à RDC. Infelizmente, as autoridades aduaneiras congolesas agravaram ainda mais [os preços] – foi como quem diz, "já que reclamam, está aqui o castigo".

Sendo assim, não podemos continuar a tolerar que os nossos irmãos da RDC não entendam que o consumidor final é o prejudicado nisso tudo – e temos reclamações gritantes das populações em Cabinda, justamente por causa disso.

DW África: E para já pretendem que a paralisação seja por tempo indeterminado?

AGN: Precisamente, até que [se faça] o que nós pretendemos. E há sensibilidade por parte das autoridades aduaneiras congolesas para um entendimento sem outros constrangimentos no meio.