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Angola investe na infraestutura de São Tomé e Príncipe

28 de abril de 2011

O governo de São Tomé e Príncipe e o grupo angolano, Sonangol, assinaram, na quarta-feira, 27 de abril, contratos de concessão para a gestão do Aeroporto Internacional de São Tomé e do porto de Ana Chaves.

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A exportação de produtos como o cacau poderá beneficiar da melhoria das infraestruturasFoto: DW

O acordo assinado pelo ministro de Obras Públicas e Recursos Naturais são-tomense, Carlos Manuel Vila Nova, e pelo administrador executivo do Grupo para-estatal, Sonangol, Batista Sumbe, tem a duração, numa primeira fase, de 30 anos. Ele envolve um investimento de mais de cinco milhões de dólares para o porto de Ana Chaves e pouco mais de sete milhões de dólares para o aeroporto internacional de São Tomé e Príncipe.

Superar as dificuldades operacionais

O objetivo é fazer investimentos nas duas infraestruturas e melhorar a gestão das duas empresas públicas, que se debatem com sérias dificuldades operacionais. O porto de Ana Chaves está mesmo numa situação de quase paralisia. As intervenções que se impõem exigem uma capacidade financeira que o país não tem, como admitiu em declarações exclusivas à Deutsche Welle, o ministro das Obras Públicas e Infraestruturas, que acrescentou: “Decidimos, tanto de um lado como do outro, avançar para parcerias onde houvesse uma relação que pudesse impulsionar mais rapidamente o desenvolvimento destes projetos”.

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A esperança é que toda a população são-tomense beneficie da parceria com a SonangolFoto: picture-alliance / dpa

Carlos Vila Nova acrescentou que os projetos vão ser implementados por fases. A primeira destina-se a melhorar a operacionalidade das duas infraestruturas, especificamente “no que toca o aeroporto, na iluminação da pista, nós teremos nos equipamentos de salvação e de segurança alguma melhoria na aerogare. Na segunda fase, estaríamos então a olhar para coisas de maior vulto, como a pista em si, melhoramento e ampliação, a aerogare, dar outra estrutura” O mesmo se aplica ao porto, com prioridade para “os equipamentos que permitissem fazer o transbordo do barco para o porto, a movimentação de contentores, rebocadores, gruas”, concluiu o ministro.

Sonangol tem mais projectos em São Tomé

Batista Sumbe, administrador executivo do grupo Sonangol, declarou no ato que foi dado o primeiro passo: “Queremos que, daqui a um ano, quando nos voltarmos a sentar, seja para brindarmos com maior alegria ainda, porque o porto vai estar operacional, e o aeroporto também vai estar operacional. Eventualmente já teremos iniciado outros projetos”

Fahne Flagge Angola
Angola expande os seus investimentos no mundo lusófonoFoto: DW

Entre os projetos planeados pela Sonangol estão a construção de um porto de águas profundas e um centro de abastecimento para a zona do Golfo da Guiné.

A Deutsche Welle apurou ainda que o governo são-tomense está também a considerar a hipótese de ceder à Sonangol uma parte da sua participação na STP Airways, companhia aérea de bandeira são-tomense.

Concessão pode ser renovada

Está a ser constituída uma sociedade mista entre o governo são-tomense e a Sonangol para a gestão do aeroporto e do porto, na qual a petrolífera angolana deterá 80% do capital e o Estado são-tomense os restantes 20%. O início da implementação do acordo está previsto para dentro de duas semanas. O contrato de concessão é para 30 anos e pode ser renovado por períodos de dez anos. As negociações que culminaram com a assinatura do acordo duraram mais de dois anos.

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A para-estatal Sonangol administra as reservas de gás e petróleo em AngolaFoto: picture-alliance / Alan Gignoux / Impact Photos

Autor: Juvenal Rodrigues (São Tomé)/Cristina Krippahl

Revisão: António Rocha