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Premiê ucraniano diz que Putin é ameaça a toda a Europa

1 de abril de 2015

Em visita a Berlim, Arseniy Yatsenyuk afirma que objetivo do presidente russo é conduzir uma guerra contra o Ocidente e redesenhar as fronteiras do pós-Guerra. "Fiquem unidos", apela aos países da União Europeia.

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Foto: Getty Images/AFP/T. Schwarz

Em visita a Berlim, o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, encontrou-se nesta quarta-feira (1º/04) com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e com o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble. Antes, porém, discursou num evento organizado pela Fundação Konrad Adenauer, ligada à União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel.

O premiê ucraniano disse que segue "cético" com o acordo de cessar-fogo estabelecido em Minsk, capital de Belarus, em fevereiro, acrescentando que os separatistas pró-russos estão se reagrupando no leste da Ucrânia, perto da cidade portuária de Mariupol.

Yatsenyuk afirmou que há centenas de tanques russos nas áreas controladas pelos rebeldes, e que os cerca de 30 mil "terroristas" – como ele se refere aos rebeldes separatistas – estariam sendo apoiados por soldados russos.

Nas últimas semanas, cerca de 75 soldados ucranianos teriam morrido em consequência dos combates contra os separatistas. "A solução militar definitivamente não é a melhor solução", sublinhou Yatsenyuk.

Yatsenyuk não poupou palavras ao se referir ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo o ucraniano, Putin não pretende apenas eliminar a Ucrânia como um Estado independente, mas travar uma guerra contra todo o Ocidente. O território ucraniano seria apenas o campo de batalha para a agressão russa e a guerra de Putin contra a liberdade, a independência e a democracia, afirmou. "Os russos tentaram criar uma fissura entre os Estados-membros da União Europeia e tentaram destruir a união entre os Estados Unidos e a União Europeia", disse Yatsenyuk.

Berlin Jazenjuk bei Merkel
Yatsenyuk e Merkel discutiram detalhes sobre o uso do empréstimo alemão de 500 milhões de eurosFoto: Reuters/H. Hanschke

Ele afirmou também que a Ucrânia não vai deixar de reivindicar o seu direito sobre a Crimeia, que foi anexada pela Rússia. Moscou agiu violando o direito internacional, e a Ucrânia nunca aceitará isso, argumentou Yatsenyuk, garantindo que a Crimeia permanece na agenda política de Kiev.

Moscou estaria tentando desestabilizar o mundo e redesenhar as fronteiras depois da Segunda Guerra Mundial. "Eles acreditam que a estabilidade da Rússia depende da instabilidade do mundo todo", argumentou o premiê, que apelou à União Europeia para que não haja divergências e separações. "Fiquem unidos", pleiteou.

Mais tarde, Yatsenyuk, acompanhado da ministra das Finanças, Natalia Yaresko, e do ministro da Economia, Aivaras Abromavicius, conversou com Merkel. A chanceler federal alemã elogiou as "reformas significativas" do governo ucraniano.

O governo alemão disponibilizou uma linha de crédito de 500 milhões de euros para Kiev. Eles discutiram detalhes sobre a utilização do dinheiro. Desse montante, 300 milhões de euros devem ser direcionados para a modernização da infraestrutura da economia e do sistema de saúde.

Yatsenyuk salientou que seu governo realizará, em pouco tempo, eleições nas áreas controladas pelos separatistas pró-Rússia. No entanto, ele argumentou, que eleições não poderiam ocorrer sob mira de armas.

PV/dpa/afp/dw