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Polícia acha esculturas de cavalos encomendadas por Hitler

21 de maio de 2015

As duas peças, que estiveram em frente à sede do governo nazista, em Berlim, estavam desaparecidas há quase 30 anos. Elas foram encomendadas por Hitler a um de seus escultores prediletos.

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Uma das esculturas em frente à Neue Reichskanzlei em Berlim, em 1939Foto: picture-alliance/akg-images

A polícia alemã localizou duas esculturas de bronze representando cavalos em tamanho natural e que estiveram em frente à sede do governo nazista, em Berlim. Elas foram encomendadas por Adolf Hitler a um de seus escultores prediletos, Joseph Thorak.

Junto com as peças foi encontrado também um alto-relevo em granito, feito pelo escultor Arno Breker, também um dos favoritos de Hitler. A obra, de cinco metros por dez, mostra um lutador musculoso, seminu, com uma espada.

As duas esculturas, chamadas Schreitenden Pferde (cavalos em marcha), eram um dos principais adornos da Neue Reichskanzlei (nova chancelaria do Reich), construída entre 1934 e 1943 e projetada por Albert Speer, o principal arquiteto nazista. O prédio foi derrubado depois da Guerra.

Os cavalos de bronze estavam desaparecidos desde 1989. Em 1943, o próprio Hitler ordenou que eles fossem retirados da frente da chancelaria e levados a um ateliê de Breker, localizado a cerca de 20 quilômetros de Berlim.

Lá as peças foram encontradas pelo Exército Vermelho logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Os soviéticos usaram as estátuas, bem como outras obras de arte nazistas por eles confiscadas, para decorar um campo esportivo militar em Eberswalde, perto de Berlim.

Em janeiro de 1989, a historiadora de arte Magdalena Busshart publicou um artigo sobre as esculturas no diário Frankfurter Allgemeine Zeitung, no qual afirmava que elas estavam no campo esportivo de Eberswalde. Semanas depois, uma leitora escreveu ao jornal para alertar que elas não estavam mais lá.

Segundo o jornal Bild, o primeiro a noticiar que as estátuas foram reencontradas, não se sabe como elas foram retiradas do local. Há várias teorias, desde um translado para Moscou até a venda das esculturas pelo regime da Alemanha Oriental, para obter recursos financeiros.

Nesta última hipótese desempenha um papel importante a figura de Alexander Schalck-Golodkowski, um personagem curioso do regime comunista cuja missão era obter divisas estrangeiras. Para isso, ele retirava obras dos museus do país e as vendia no lado ocidental.

Dois anos atrás, de acordo com o Bild, os cavalos foram oferecidos a Busshart por 1,5 milhão de euros por um homem que alegou ter trabalhado com Schalck-Golodkowski.

Mas ninguém soube explicar como as esculturas, juntamente com outras obras desaparecidas, chegaram ao depósito em Bad Dürkheim, no estado da Renânia-Palatinado, onde elas foram encontradas pela polícia.

As investigações para localizar as duas peças foram comandadas pela polícia de Berlim, que recentemente fez buscas para apreensão de material receptado em mais de dez locais em cinco estados alemães. Oito pessoas, entre 64 e 79 anos, são suspeitas de envolvimento no caso e acusadas de roubo, receptação e venda de objetos roubados.

As duas esculturas, que pesam toneladas, serão levadas para Berlim. O destino delas ainda é incerto. A decisão cabe ao governo alemão, como proprietário das obras.

AS/efe/dpa