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Pesticidas podem levar abelhas a fracassar na polinização

31 de outubro de 2012

Produtos químicos utilizados na agricultura estão reduzindo o número de abelhas e levando ao colapso de colônias vitais para a polinização. As Nações Unidas afirmam que isso pode afetar a produção de alimentos.

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Foto: picture-alliance/dpa

Um estudo realizado pela Universidade de Londres mostrou que pesticidas utilizados na agricultura estão matando também abelhas operárias e prejudicando a capacidade natural delas de recolher alimentos, ou seja, colônias de abelhas vitais para a polinização das plantas ficam mais propensas a falhar na presença dos pesticidas.

As Nações Unidas estimam que um terço de todos os alimentos de origem vegetal consumidos no mundo dependem da polinização de abelhas. Por isso, os cientistas estão preocupados com a redução do números de colônias nos últimos anos, principalmente na América do Norte e na Europa.

Um relatório, divulgado em 2011, estima que o trabalho das abelhas e de outros polinizadores, como borboletas, besouros e pássaros, vale 153 bilhões de euros por ano para a economia. Porém, esse trabalho está em declínio em muitas nações.

A pesquisa

Ao longo de quatro semanas, cientistas da Royal Holloway (uma das escolas que formam a Universidade de Londres) liderados por Richard Gill, expuseram 40 colônias de abelhas a produtos químicos, como neonicotinoides e piretroides, muito utilizados ​​para proteger plantações contra gafanhotos, pulgões e outras pragas.

"A exposição crônica aos pesticidas prejudica o comportamento natural e aumenta a mortalidade das operárias, levando a reduções significativas no desenvolvimento das larvas e no sucesso da colônia na polinização", escreveram os cientistas no relatório do estudo para a revista Nature.

Os resultados mostram a importância dos testes para garantir que os pesticidas não tenham as abelhas como alvo.

Gill reforçou, às autoridades europeias para a segurança dos alimentos, a recomendação de que fossem feitos mais testes em abelhas adultas e larvas, para avaliar a exposição cumulativa aos pesticidas e também analisar as reações em diferentes espécies de abelhas.

Ele afirmou que estudos anteriores examinaram o impacto de pesticidas em abelhas individuais, em vez de colônias. "Os efeitos individuais podem ter repercussão nas colônias. Essa é a novidade do estudo", disse Gill.

Preocupados com a questão, as autoridades da França proibiram, em junho, um pesticida feito pela Syngenta, uma empresa suíça de agroquímicos.

Num comentário a parte na revista Nature, Juliet Osborne, da Universidade de Exeter, na Inglaterra, disse que o estudo ressaltou a necessidade de compreender todos os fatores que podem contribuir para prejudicar as abelhas e causar o "colapso da colônia".

"Por exemplo, não temos até agora demonstrações convincentes dos efeitos de pesticidas sobre as colônias de abelhas em comparação com os efeitos de parasitas, patógenos e outros recursos", escreveu Osborne.

AFN/rtr/afp
Revisão: Francis França