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Perry Rhodan: as aventuras de um herói "made in Germany"

6 de abril de 2007

Com mais de um bilhão de exemplares vendidos, Perry Rhodan é a série de ficção científica de maior sucesso no mundo. Apesar do nome americano, ela é escrita já há 45 anos na Alemanha.

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Perry Rhodan já é editado há 45 anosFoto: Pabel-Moewig-Verlag KG, Rastatt

Com Unternehmen Stardust (Missão Stardust), primeiro livro da série Perry Rhodan lançado em setembro de 1961, os escritores Karl-Herbert Scheer e Walter Ernsting iniciaram as aventuras espaciais do personagem Perry Rhodan, futuro Administrador Geral do Império Solar, hoje editado pela editora Pabel-Moewig, em Rastatt.

Rhodan nasceu em Manchester, Connecticut em 1936. Seu pai é filho de imigrantes alemães, e a família da mãe é originária do nordeste da França. Após estudar física nuclear, ele ingressa na Força Aérea americana e se torna o primeiro homem a pisar na Lua, em 1971, tripulando a nave Stardust.

Na Lua, ele encontra os destroços de uma nave dos arcônidas, raça humanóide orgulhosa e decadente. O major Rhodan volta à Terra e se instala no deserto de Gobi, na Mongólia. As superpotências da Guerra Fria tentam aniquilá-lo, mas com a ajuda da tecnologia dos arcônidas, Perry Rhodan se impõe, unificando os povos da Terra em torno da Terceira Potência, com capital em Terrania.

Science Fiction Serie Perry Rhodan
Rhodan: 'Grande Administrador do Império Solar'Foto: Pabel-Moewig-Verlag KG, Rastatt

Sucesso inesperado

O real pouso do homem na Lua aconteceu em 1969. No entanto, de Missão Stardust até março deste ano já foram escritas mais de 275 mil páginas e vendidos mais de um bilhão de exemplares da série que sai semanalmente em formato de revista. O número 2380 foi lançado em março último. A tiragem semanal da série gira em torno de 135 mil cópias.

Originalmente prevista para 30 a 50 fascículos, os autores de Perry Rhodan não previam tanto sucesso ao serem convidados pela editora Moewig em 1961 para escrever uma série espacial que atendesse ao grande público, embora o acompanhamento da dramaturgia e do discurso tecnológico exija atenção.

Sucesso internacional

Coverbild Perry Rhodan
'O Monumento Andrômeda'

Devido ao caráter belicoso e expansionista das atividades espaciais dos primeiros anos de Perry Rhodan, seus autores Karl-Herbert-Scheer e Walter Ernsting, que atendia pelo pseudônimo de Clark Darlton, também ficaram conhecidos por "granada de mão Scheer" e "grande administrador Clark".

Com a entrada de William Voltz na equipe de escritores, a série assumiu um caráter mais crítico, acompanhando o desenvolvimento dos grandes temas sociais. Como afirma Leo Lukas, um dos seus atuais autores, Perry Rhodan começou como uma utopia hippie, onde trabalho e responsabilidade não eram obrigações.

Depois da Guerra Fria e do New Age, seus autores originais já faleceram e Perry Rhodan chega, agora, à era do neoliberalismo e a conquista do espaço tornou-se coisa séria, como observa Hartmut Kasper, doutor em lingüística que escreveu, sob o pseudônimo de Wim Vandemaan, a edição extra Das Andromeda-Monument (O Monumento Andrômeda), lançada em março último.

Edição brasileira

Science Fiction Serie Perry Rhodan
Capa de 'Missão Stardust', primeiro livro da sérieFoto: Pabel-Moewig-Verlag KG, Rastatt

A identificação com temas atuais é uma das chaves do sucesso da série, que hoje é publicada em diversos países e escrita por um grupo de cerca de 30 escritores e escritoras alemães e austríacos sob a direção de Robert Feldhoff.

Eles se encontram uma ou duas vezes por ano para discutir o futuro de seu personagem, enquanto três artistas se revezam na realização das capas dos fascículos.

No entanto, Perry Rhodan não conseguiu emplacar nos Estados Unidos, sua "pátria espiritual", onde foi publicado somente entre 1969 e 1979.

Uma das explicações para o desinteresse norte-americano pela série é o seu formato de novela de banca de revistas, para o qual não havia mercado nos EUA.

No Brasil, a série foi publicada primeiramente entre 1975 e 1991, voltando a ser traduzida a partir de 2001, editada em português sempre em dois volumes pela editora SSPG. Atualmente, a edição brasileira se encontra no volume 846/847.