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Partida entre EUA e Alemanha reaviva lembranças da Vergonha de Gijón

Alexandre Schossler23 de junho de 2014

Basta um empate para as duas equipes passarem para as oitavas de final. Mas ambas descartam um acerto prévio e garantem que Recife não verá uma repetição do que aconteceu na Copa de 1982, na Espanha.

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Horst Hrubesch marca de cabeça o único gol da partida disputada entre Alemanha e Áustria em 1982Foto: picture-alliance/dpa

A partida entre Estados Unidos e Portugal, disputada neste domingo (22/06) em Manaus, mal havia acabado, e já surgiram as primeiras especulações sobre um possível acerto entre as seleções da Alemanha e dos EUA, no jogo marcado para esta quinta-feira no Recife.

Com os empates em 2 a 2 entre EUA e Portugal e entre Alemanha e Gana, tanto os alemães como os americanos somam 4 pontos, seguidos pelos portugueses e ganenses, que têm 1 ponto cada. Assim, basta um empate entre Alemanha e Estados Unidos para que ambas as equipes cheguem a 5 pontos, não podendo mais ser superadas pelas outras duas e se classificando para a próxima fase.

A decisão no Recife traz à lembrança um dos episódios mais vergonhosos da história da seleção alemã: a partida contra a Áustria na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, disputada na cidade de Gijón. Uma vitória alemã por 1 a 0 servia para classificar as duas equipes, eliminando a Argélia.

Logo aos 10 minutos do primeiro tempo, o alemão Horst Hrubesch marcou um gol, e nada mais aconteceu em 80 minutos de jogo. As duas equipes simplesmente evitaram atacar. A situação se tornou tão constrangedora que um locutor de televisão austríaco pediu aos telespectadores que desligassem a televisão.

A partida entrou para a história como o Jogo da Vergonha de Gijón ou ainda O Pacto de Não-Agressão de Gijón. Desde então, as partidas da última rodada da fase inicial (de grupos) de torneios como a Copa do Mundo passaram a ser realizadas simultaneamente, para diminuir as chances de manipulação.

Suspeita negada

Para o jogo desta quinta-feira, o fato de o treinador dos EUA, Jürgen Klinsmann, ser alemão e ter treinado a equipe nacional na Copa de 2006, tendo na época o atual técnico, Joachim Löw, como assistente, certamente ajuda a alimentar as suspeitas de que possa haver um acerto prévio. Mas a possibilidade foi negada com veemência por Klinsmann.

"Essa é uma parte da história alemã, não da história dos Estados Unidos. Os Estados Unidos são conhecidos por darem o máximo de si em cada jogo, temos esse espírito de luta. Ambas as equipes vão entrar nesse jogo para vencer e ficar na liderança do grupo. Vamos para Recife com a determinação de derrotar a Alemanha", declarou depois do jogo contra Portugal.

Também do lado alemão a negativa foi veemente. "Temos qualidade para ser o primeiro do grupo, e esse deve ser o objetivo", afirmou o atacante Lukas Podolski. O zagueiro Mats Hummels também descartou a possibilidade de jogar por um empate. "Não, esse tipo de coisa deixa a gente maluco. Eu defendo claramente que a equipe repita o estilo de jogo [apresentado] contra Portugal."