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Pacote do BCE não deve afastar das reformas, diz Merkel

22 de janeiro de 2015

Chanceler federal alemã reitera que consolidação orçamentária é importante. Alemanha vê iniciativa do Banco Central Europeu com desconfiança, por temer que ela afaste países das reformas estruturais.

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Foto: picture-alliance/epa/L. Gillieron

As iniciativas do Banco Central Europeu (BCE) para impedir a deflação e estimular a economia da zona do euro não devem desviar os países do caminho das reformas estruturais, declarou nesta quinta-feira (22/01) a chanceler federal alemã, Angela Merkel, durante discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos.

O BCE anunciou nesta quinta-feira um pacote de estímulos à economia europeia, incluindo a compra de títulos da dívida pública, uma medida que a Alemanha vê com desconfiança por temer que ela estimule alguns países a deixar de lado o compromisso com reformas estruturais e consolidação orçamentária.

"Independentemente do que faça o BCE, os impulsos para o crescimento devem vir das condições fixadas pelos políticos", declarou Merkel.

A chanceler voltou a defender o seu já tradicional curso das reformas estruturais, com o objetivo de reduzir o endividamento público.

"Agora é a hora de consolidar os orçamentos, também por causa dos baixos juros das obrigações públicas. Quem não conseguir ajustar seu orçamento agora, desse eu não sei dizer o que vai acontecer quando os juros voltarem aos valores normais", afirmou.

Ela disse não se admirar que tenha havido "controversas discussões" internas no BCE sobre o programa de compra de títulos públicos. Segundo ela, já há crédito barato de sobra no mercado, o que estaria ofuscando as diferenças de competitividade entre os países europeus.

"Mas ninguém deve se surpreender se um dia elas se tornarem visíveis de novo", completou.

A chefe de governo alemã elogiou Itália e França por seus esforços em prol de reformas. As medidas adotadas pelos franceses são "muito, muito importantes", afirmou. Em relação à Grécia, onde vão acontecer eleições no domingo, Merkel disse que a maioria da população quer manter o euro:

"Para isso, são necessárias duas coisas: a disposição para solidariedade, que vamos continuar mostrando, acoplada à disposição para responsabilidade, que, eu tenho certeza, a Grécia vai continuar mostrando."

AS/dpa/rtr