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Oposição cabo-verdiana desqualifica remodelação do Governo

Nélio dos Santos (Cidade da Praia)19 de setembro de 2014

Em Cabo Verde, o primeiro-ministro remodelou ontem (18.09) o seu Governo com a saída de três governantes e entrada de quatro novas caras. Os novos membros do Governo deverão ser empossados na segunda-feira (22.09).

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Foto: Creative Commons

O antigo embaixador de Cabo Verde na Alemanha, Jorge Tolentino, deixa a pasta da Presidência do Conselho de Ministros e da Defesa Nacional e passa a assumir o cargo de ministro das Relações Exteriores, enquanto Rui Semedo passa a acumular as pastas dos Assuntos Parlamentares e da Defesa Nacional.

Démis Lobo, representante da Cabo Verde Investimentos na ilha do Sal, é o novo ministro da Presidência do Conselho de Ministro e terá ainda sob a sua alçada a pasta da Comunicação Social.

Leonesa Fortes deixa a presidência do Instituto Nacional da Previdência Social para ocupar o ministério do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial. Também vai assumir a pasta de indústria e energia.

A atual embaixadora de Cabo Verde em Bruxelas, Maria de Jesus Mascarenhas, regressa ao Governo como Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros.

A diretora do Tesouro, Esana Carvalho, foi promovida a Secretária de Estado das Finanças e Planeamento.

Justificações do Executivo

Kap Verde Jose Maria Pereira Neves
José Maria Pereira Neves, primeiro-ministro de Cabo VerdeFoto: picture alliance/dpa

O primeiro-ministro José Maria Neves, justificou o reforço da equipa das finanças para fazer face ao processo de privatizações em curso no arquipélago.

Segundo Neves, "há profundas reformas em curso, designadamente as privatizações e precisamos reforçar a equipa para podermos responder com eficácia ao volume de trabalho das grandes reformas estruturais em curso e do processo de privatizações."

Leonesa Fortes, nomeada para a pasta do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial, é a nova super ministra de Cabo Verde. Terá como uma das principais missões captar mais investimentos diretos estrangeiros.

E neste contexto o primeiro ministro considera que "é vital para o país que possamos atrair cada vez mais investimento direto estrangeiro e investimento privado em geral, dinamizar este setor, apoiar o setor privado e todo o financiamento do setor privado, remover os constrangimentos existentes e possibilitar um maior desenvolvimento empresarial."

Com esta remodelação, deixam o Governo os ministros das Relações Exteriores, Jorge Borges, do Turismo, Indústria e Energia, Humberto Brito, e o Secretário de Estado dos Recursos Marinhos, Adalberto Vieira, que nos próximos dias conhecerão as suas novas funções.

E para os exonerados as palavras de José Maria Neves foram estas: "Devo agrader-lhes pelo envolvimento e empenho no trabalho governamental e deverão oportunamente ser indicados para outros cargos no país ou no estrangeiro."

Oposição aponta o dedo acusador

Numa primeira reação, Ulisses Correia e Silva, presidente do Movimento para a Democracia (MpD), o principal partido da oposição, não deu muito valor à esta remodelação governamental.

Para Silva "o primeiro-ministro fez uma reciclagem dos membros do Governo, uns que já tinham saído e que regressam e outros que mudam de pasta. Não há nada de novo."

Cristina Duarte
Cristina Duarte, ministra da Economia de Cabo Verde. É uma figura contestada pela oposiçãoFoto: DW/Nélio dos Santos

E o líder do MpD acrescentou ainda que estas mexidas no elenco governamental de Cabo Verde "demonstra que há uma falência de soluções do atual executivo relativamente às possibilidades de escolha de membros para a equipa governamental."

Por seu lado, António Monteiro, o líder da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID), a terceira força política no Parlamento, considera que com a remodelação governamental o primeiro-ministro acabou por apresentar a sua fraqueza da pior forma possível.

A crítica de Monteiro foi direcionada para a pasta da Economia, uma área sensível no país: "Mais uma vez o senhor primeiro-ministro falhou num aspeto importantíssimo, que é o ministério da Economia. Nós sabemos que o grande problema de Cabo Verde reside precisamente em questões económicas, porque não temos um responsável desse ministério que possa coordenar a economia no seu todo."

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