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Neonazistas se misturam ao Pegida

Hans Pfeifer (mp)26 de janeiro de 2015

Grupos extremistas têm participado dos protestos do movimento "anti-islamização" pela Alemanha. Descontentamento com a política, rejeição ao islã e preconceito racial unem manifestantes e radicais, aponta pesquisa.

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Foto: Reuters/F. Bensch

Em meio às manifestações semanais do movimento Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente), neonazistas gritam frases como "quem não ama a Alemanha deve deixar a Alemanha". Outros tantos cidadãos comuns engrossam o coro entusiasmado, e ninguém parece se incomodar com a presença dos radicais.

Há algumas semanas, redes neonazistas bem organizadas e representantes de partidos de extrema direita têm estabelecido o seu próprio bloco dentro das marchas semanais do Pegida, que tiveram início em outubro do ano passado.

O fenômeno se repete nas marchas do movimento em várias cidades. No norte da Alemanha, a liderança do ultradireitista Partido Nacional Democrático da Alemanha (NPD) participa das manifestações. Em Berlim, os radicais marcham com símbolos nazistas nas roupas, expondo claramente a sua ideologia.

No epicentro dos protestos, a cidade de Dresden, integrantes de grupos de hooligans de extrema direita têm atuado como "seguranças", e nenhum dos organizadores do movimento parece ter objeção quanto à participação deles.

Um dos radicais que se uniu às marchas do Pegida é André E. Desde 2013, ele está sendo processado sob a acusação de colaborar com o grupo terrorista de extrema direita Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU, na sigla em alemão), juntamente com Beate Zschäpe. O ódio aos muçulmanos e imigrantes em geral os teria unido.

Em meados de janeiro, logo após uma audiência do julgamento da NSU em Munique, André e companheiros da cena neonazista da Baviera se uniram a uma manifestação do Pegida.

Uma pesquisa da Universidade Técnica de Dresden apontou a existência de posições semelhantes entre neonazistas e participantes das manifestações do Pegida: descontentamento geral com a política, rejeição ao islã e preconceito racial. E a cena radical de direita vem tentando usar isso em seu favor.

Entretanto, a aliança com a classe média é frágil, pois a maioria dos apoiadores do Pegida rejeita o uso da violência como meio político. E a violência continua sendo a principal característica dos grupos neonazistas.