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Na ONU, Obama pede apoio na luta contra o extremismo

24 de setembro de 2014

Na Assembleia Geral, presidente convoca países a se juntarem aos EUA para destruir o "Estado Islâmico", o "câncer do mundo muçulmano". Conselho de Segurança aprova resolução para conter fluxo de terroristas estrangeiros.

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Foto: picture-alliance/dpa/Andrew Gombert

Em seu discurso na 69ª Assembleia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (24/09) que o mundo está numa "encruzilhada entre guerra e paz" e precisa se unir contra os principais desafios globais, entre eles o terrorismo.

"Podemos renovar o sistema internacional que permitiu tanto progresso, ou nos permitir sermos puxados para trás por uma onda de instabilidades", disse Obama diante de representantes dos 193 países-membros da ONU. "Podemos reafirmar nossa responsabilidade coletiva para confrontar problemas mundiais ou nos deixar tomar por mais e mais focos de instabilidade."

O presidente usou a palavra "câncer" para se referir ao "violento extremismo que vem devastando muitas partes do mundo muçulmano". "Os Estados Unidos vão trabalhar com uma ampla coalizão para desmantelar esta rede da morte. A única linguagem compreendida por assassinos como esses é a linguagem da força", afirmou. "Hoje peço ao mundo para se juntar a nós nesta missão."

Obama prometeu manter a pressão militar sobre os militantes do "Estado Islâmico" (EI) e pediu para aqueles que se juntaram aos extremistas no Iraque a na Síria que deixem o campo de batalha enquanto ainda podem. Ele reforçou sua mensagem de discursos anteriores afirmando que o EI precisa ser destruído e que os terroristas não terão refúgio seguro.

O presidente reiterou também que os EUA não estão em guerra contra o Islã, porque o Islã propaga a paz e pediu às comunidades muçulmanas que rejeitem a ideologia violenta da Al-Qaeda e do "Estado Islâmico".

Resolução antiterrorismo

Ainda nesta quarta-feira, Obama presidiu uma reunião especial do Conselho de Segurança da ONU em que foi aprovada uma resolução para conter o fluxo de jihadistas estrangeiros para o Iraque e a Síria.

A resolução, adotada por unanimidade, determina que todos os 193 países-membros da ONU apliquem leis que considerem a adesão de seus cidadãos a grupos jihadistas, como o EI, um crime grave. O objetivo é "prevenir e suprimir" o recrutamento e a viagem de militantes para conflitos no exterior.

Obama chamou a resolução de "histórica" e disse que ela é apenas um primeiro passo. "Promessas no papel não garantirão a nossa segurança. Retórica grandiloquente e boas intenções não impedirão nem um ataque terrorista sequer. As palavras ditas aqui hoje precisam ser traduzidas em ações."

Rússia desafia ordem mundial

Em seu discurso na Assemblei Geral da ONU, Obama voltou adotar um tom incisivo ao falar da Rússia. O presidente americano classificou os atos russos na Crimeia e no leste ucraniano como agressões à Europa, que desafiam a ordem mundial.

"A agressão da Rússia remete aos dias em que grandes nações pisoteavam as pequenas em busca de território", criticou. "Esta é uma visão de mundo em que as fronteiras de uma nação podem ser redesenhadas por outra e pessoas civilizadas não estão autorizadas a recuperar os restos mortais de seus entes queridos por causa da verdade que pode ser revelada", disse, em referência às vítimas do voo MH17.

O presidente acrescentou ainda que o recente acordo de cessar-fogo no leste da Ucrânia abriu caminho em direção à diplomacia e à paz. "Se a Rússia seguir este caminho – um caminho que, após a Guerra Fria, resultou em prosperidade para o povo russo –, então, vamos aliviar as sanções e saudar o papel da Rússia na resolução de desafios globais", prometeu Obama.

Combate ao ebola

Obama também pediu a outros países que adotem um compromisso concreto na luta contra o vírus do ebola, que está devastando a África Ocidental. Os EUA já enviaram centenas de médicos e cientistas para conter o surto, apoiados por um contingente militar.

"Precisamos de um esforço mais amplo para conter esta doença que pode matar centenas de milhares de pessoas, desestabilizar economias e se mover rapidamente através das fronteiras", alertou.

PV/afp/rtr/ap