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Número de deslocados internos atinge recorde de 38 milhões

6 de maio de 2015

Conflito na Ucrânia e grupos Boko Haram e "Estado Islâmico" forçam 11 milhões a se refugiarem dentro do próprio país somente em 2014. Síria é o país onde situação é mais grave, com 40% da população deslocada.

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Foto: Reuters

Conflitos armados e violência fizeram com que o número de pessoas forçadas a deixar suas casas e se mudar para outra região de seu país alcançasse o recorde de 38 milhões, segundo um relatório publicado nesta quarta-feira (06/05) pelo Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC, na sigla em inglês).

"São os piores números de deslocamentos forçados numa geração, mostrando o nosso completo fracasso na proteção de civis inocentes", declarou Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), que coordena o IDMC.

O total de deslocados internos equivale às populações de Nova York, Londres e Pequim somadas. Quase um terço deles, 11 milhões de pessoas, buscou refúgio dentro do próprio país no ano passado, aponta o relatório anual da ONG.

Em 2014, 60% dos novos deslocados internos foram registrados em cinco países: Iraque, Sudão do Sul, Síria, República Democrática do Congo e Nigéria.

O Iraque foi o país mais atingido no ano passado, tendo 2,2 milhões de pessoas sido forçadas a fugir de áreas conquistadas pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI). Os jihadistas do EI também foram responsáveis por milhares de deslocamentos na Síria, onde o número de refugiados internos chegou a 7,6 milhões – 40% da população. Trata-se do país com a maior quantidade de deslocados internos.

Pela primeira vez, a Ucrânia aparece no relatório do IDMC, tendo 646.500 pessoas sido forçadas a se deslocarem em 2014, em meio ao conflito entre separatistas pró-Rússia e forças leais a Kiev. A situação também é grave na Nigéria, o país mais populoso da África, onde o grupo terrorista Boko Haram obrigou centenas de milhares a deixarem suas casas.

"Enquanto novas crises emergem em países como a Ucrânia e o Iraque, novos casos de deslocados internos se juntam à já massiva população global deslocada", afirma o chefe do IDMC, Alfredo Zamudio.

"Quanto mais tempo um conflito dura, mais inseguros [os deslocados] se sentem, e quando não há mais esperança, muitos cruzam fronteiras e se tornam refugiados", completa Volker Turk, do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).

Hoje, o número de deslocados internos no mundo é mais que o dobro que o de refugiados – aqueles cuja fuga os obrigou a cruzar fronteiras –, aponta o relatório do IDMC. De acordo com estatísticas da ONU, no fim de 2013, havia 16,7 milhões de refugiados mundo afora.

LPF/lusa/afp/dpa