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Mulheres guineenses querem maior presença nos centros de decisão

Braima Darame (Bissau)24 de março de 2014

Na contagem decrescente para as eleições gerais de 13 de abril, as mulheres pedem maior representação nos órgãos de decisão. Na Guiné-Bissau, só 10% dos assentos parlamentares são ocupados por mulheres.

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Foto: AP

Mais de metade dos habitantes da Guiné-Bissau são mulheres. Porém, entre os decisores políticos, só 10% são mulheres, segundo indicadores das Nações Unidas. São os homens que continuam a tomar as grandes decisões no país.

Esse é um cenário que as mulheres guineenses querem ver alterado. A menos de um mês das eleições gerais, as mulheres reclamam maior representação nas esferas de decisão da Guiné-Bissau, tanto no Parlamento como também no futuro Governo a ser formado logo depois do escrutínio.

Senegal é exemplo

Na semana passada, diversas entidades promotoras da igualdade de género lançaram um estudo sobre a participação das mulheres na política e tomada de decisões no país. Segundo o representante das Nações Unidas em Bissau, essa participação está em declínio, ao contrário do que acontece noutros países africanos.

Na "Guiné-Bissau está a 10%", indicou José Ramos-Horta. "Creio que o Senegal lidera em todo o mundo, porque nunca ouvi falar num país que tenha 50% de paridade no Parlamento. Por isso, que a experiência do Senegal sirva de incentivo."

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A maior percentagem de mulheres na Assembleia Nacional Popular foi alcançada em 1988-94, período em que atingiram 20% dos assentos, de acordo com a ONU.

Eleições, oportunidade de mudança

Na opinião das organizações não-governamentais, as eleições presidenciais e legislativas de 13 de abril devem constituir uma oportunidade para os atores políticos e sociais estabelecerem um compromisso sério com as questões da igualdade de género. As organizações dizem que é preciso mudar o cenário político actual e pedem mais mulheres nos centros de decisão política. Mas também há quem esteja cético, apontando, por exemplo, para as listas dos candidatos a deputados, com poucas mulheres.

Ao todo, no estudo foram deixadas 17 recomendações ao Estado, às organizações e redes de mulheres e aos organismos de cooperação sobre o que fazer para inverter o cenário.

Alterações legislativas, linhas de financiamento exclusivas para mulheres, criação de observatórios sobre mulheres, organização de fóruns e redes associativas foram algumas sugestões, disse Silvina Tavares, vice-presidente da Plataforma das Mulheres guineenses.

Frauen wollen mehr bestimmen in Guinea-Bissau
Mulheres pedem lugares nos órgãos de decisãoFoto: DW/B. Darame

"É chegada a hora de eleger um corpo gestor capaz de promover a necessária sinergia entre mulheres na construção da paz, nos processos políticos nacionais, na reconstrução nacional e desenvolvimento", afirmou.

O estudo "A participação das mulheres na política e na tomada de decisão na Guiné-Bissau" inclui uma resenha histórica sobre o papel da mulher na História do país e destaca o apelo à participação das mulheres em todos os níveis da luta pela independência - um apelo à intervenção pública que nunca mais se repetiu.

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