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Mulheres distantes de cargos de chefia

sm23 de março de 2005

Na Alemanha, estatística revela que ainda são poucas as mulheres em altos escalões de empresas ou do funcionalismo público. Pela primeira vez desde a reunificação, os alemães passaram a trabalhar mais no ano passado.

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Mulheres com filhos têm menos chances no mercado de trabalhoFoto: Bilderbox

Em 2004, as mulheres representavam 47% das pessoas com vínculo empregatício, mas ocupavam apenas 33% das posições de chefia. Em apenas 21% dos casos, os cargos de presidência eram ocupados por mulheres.

Isso foi o que comunicou o presidente do Departamento Federal de Estatística, Johann Hahlen, nesta terça-feira (22), em Berlim, ao divulgar os resultados do último microcenso, uma estatística anual que envolve 830 mil entrevistados e 390 mil domicílios (1% do total alemão).

Mais mulheres em cargos de chefia no Leste

"Na Alemanha, ainda são os homens que dominam os altos escalões e os cargos administrativos tanto nas empresas como no serviço público", comenta Hahlen.

Sobretudo mulheres com filhos raramente assumem postos superiores na hierarquia de firmas e repartições públicas. "Os resultados do microcenso do ano passado indicam que ainda não se atingiu uma equiparação entre mulheres e homens no mercado de trabalho", analisou Hahlen.

Mas a estatística também revela que, nos antigos Estados da Alemanha comunista, um número maior de mulheres ocupa posições de liderança no mercado de trabalho. A enquete aplicada em março de 2004 revelou que 42% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres na região da antiga Alemanha Oriental, enquanto na parte ocidental do país apenas 32% das mulheres assumem altas posições. Cargos executivos de alta responsabilidade são ocupados por mulheres em 29% dos casos no Leste e 21% no Oeste do país.

Mulheres sem filhos com mais chances de carreira

A chance de uma mulher assumir uma posição de chefia depende muito do setor. No âmbito de prestação de serviços (53%) e no funcionalismo público (39%), as mulheres estão mais bem representadas em altos escalões. No setor de construção, por sua vez, apenas 14% dos cargos de diretoria são assumidos por mulheres.

O microcenso também revelou que na faixa etária de 30 a 44 anos as mulheres sem filhos ocupam cargos comparáveis aos assumidos por homens. Dentro desta faixa etária, posições de chefia são ocupadas por 21% de mulheres sem filhos e 14% de mães. Entre os homens, esta diferença não é tão drástica: 24% não têm filhos e 23% são pais.

"O interessante é que mulheres sem filhos raramente estão em posições simples ou médias, mas geralmente assumem altos cargos", comenta Hahlen. "Na faixa etária de 30 a 44 anos, mulheres sem filhos conseguem se posicionar muito bem profissionalmente em relação a mães e homens da mesma idade, com ou sem filhos."

Meio período em voga

Outro resultado do microcenso é o fato de empregos de meio expediente serem uma opção mais freqüente entre mulheres do que entre homens. Entre as entrevistadas, 41% se enquadraram na categoria meio expediente, sendo que em 1991 este índice se limitava a 30%. Entre os homens, esta cota subiu de 2% para 6% no mesmo espaço de tempo.

Apesar de a tendência do mercado de trabalho apontar para empregos de meio expediente, os alemães trabalharam mais no ano passado. Em média, os homens trabalharam 40,3 horas por semana na parte ocidental do país e 40,1 horas no Leste. No ano anterior, a jornada média tinha sido de 40 e 39,8 horas, respectivamente. Entre as mulheres, a jornada de trabalho semanal se manteve constante: 29,8 horas no Oeste e 35 horas na parte oriental do país.

Desde a reunificação, o microcenso revelou anualmente uma redução espontânea da jornada de trabalho, uma tendência revertida no ano passado. Ao mesmo tempo, tudo indica que as pessoas tendem a lidar de forma mais flexível com os horários de trabalho e optam cada vez mais por empregos de meio expediente.

No ano passado, 17,3 milhões de pessoas trabalharam pelo menos esporadicamente nos fins de semana, à noite ou em turnos alternados, ou seja, 1,6 milhão mais que em 1991. Sobretudo mulheres tiveram que trabalhar com mais freqüência em fins de semana ou feriados.