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Mais cinco dólares anuais por pessoa podiam salvar 187 milhões

Thais Fascina7 de abril de 2014

Este pequeno investimento, até 2035, seria suficiente para os Estados mais pobres reduzirem a mortalidade. Uma maior aposta também na educação seria a alavanca para o crescimento económico, segundo a OMS.

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Foto: picture-alliance/dpa

Até 2035, com apenas mais cinco dólares por dia (cerca de 3,60 euros) é possível salvar a vida de 147 milhões de crianças, 32 milhões de recém-nascidos e de cinco milhões de mulheres nos 74 países mais pobres do mundo.

Foi o que concluiu o estudo “Global Investment Framework for Women’s and Children’s health”, em português “O Quadro Geral de Investimento na Saúde das Mulheres e das Crianças”, publicado recentemente na revista The Lancet.

Para Marleen Temmerman, uma das autoras do artigo e diretora do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o resultado desse pequeno investimento público representaria um grande avanço.

“Se houvesse um investimento com um pouco mais de dinheiro, que some cinco dólares por pessoa por ano até 2035, nos 74 países mais pobres do mundo, nós poderíamos reduzir a morte de mulheres durante o parto”, exemplifica a diretora.
Mas os benefícios poderiam refletir-se não somente na saúde da população, mas também gerariam crescimento no Produto Interno Bruto (PIB), graças ao aumento do emprego, da produtividade e do rendimento pessoal.

Partindo desta base teórica, a OMS está a trabalhar juntamente “com parceiros nas Nações Unidas e com os governantes para desenvolver os planos de investimento”, explica Marleen Temmerman. “Reunimos os países, as pessoas e as organizações para investir em saúde nos países pobres”, acrescenta a diretora do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da OMS.

Aposta fundamental na educação e saúde

A mudança ocorreria em um ponto chave para qualquer país que queira se desenvolver: a saúde sexual e reprodutiva.
Dados sobre a África Subsaariana mostram que 35% das jovens entre 15 e 19 anos que ficam grávidas não tiveram nenhum planejamento familiar. E a grande maioria gostaria de ter adiado a gestação por, pelo menos, dois anos – o que revela o baixo nível de informação e uso de contraceptivos.

Os Governos “podem investir no sector da saúde, mas também em educação. Quando as meninas vão para a escola, normalmente conseguem participar no mercado de trabalho, o que gera um desenvolvimento económico. Elas têm menos filhos, famílias pequenas e as crianças têm mais chances de sobreviver”, acrescenta Marleen Temmerman.

PALOP continuam a fechar os olhos aos sectores chave

Dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Guiné-Bissau, Moçambique, Angola e São Tomé e Príncipe fizeram parte da pesquisa da OMS.

A diretora do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa daquela organização, Marleen Temmerman, lamenta que a educação e saúde não estejam entre as prioridades de muitos Governos: “em muitos países há mais investimento na infraestrutura, estradas, exército e economia. E educação e saúde não estão entre as prioridades, não somente em Moçambique ou na Guiné-Bissau. Entendemos e respeitamos essa opção, mas um país precisa de investir na saúde das mulheres e crianças também”, defende.

Negar ou deixar de investir em serviços de saúde à população não é somente acumular despesas para o país, mas, principalmente, violar os direitos humanos.

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